La Maison en Petits Cubes

Até hoje a animação japonesa apenas ganhou a famosa estatueta por duas vezes. A primeira foi com o filme “A Viagem de Chihiro”, de Hayao Miyazaki em 2003 e a segunda estatueta foi atribuída este ano (2009) para a curta metragem “La Maison en Petits Cubes”, de Kunio Kato realizada em 2008.

“La Maison en Petits Cubes” relata a vida de um idoso, que vive numa cidade que está ao nivel da água, mas que à medida que a água sobe, ele vai construindo a sua nova casa por cima da antiga que está a ser invadida pela água.

Um dia ao deixar cair um cachimbo para um patamar que já se encontrava submerso, o homem mergulha e depara-se com as lembranças esquecidas e “enterradas” pela água. As memórias vão emergindo à sua mente dando-lhe vontade de buscar uma vida que ficou para trás.

Este mergulho simboliza a crise que vivemos, o aquecimento global e transmite diversas mensagens e mudanças na sociedade sobre a condição humana, como a solidão, a saudade, a prisão em que a vida se pode tornar, ao depender do passado ou das condições da natureza, a que uma pessoa é obrigado a subjugar-se na maioria dos casos.

É uma curta metragem ainda utilizando o desenho à mão mas que depois usa os processos digitais para fazer a animação. O ambiente visual é lindíssimo e diferente do que estamos habituados a ver na animação japonesa, no entanto, notamos que pequenos detalhes como por exemplo a movimentação do personagem é em tudo semelhante aos famosos animes.

A juntar a esta enorme sensibilidade poética e imagética, temos uma banda sonora composta por Kenji Kondou e a voz off de Masami Nagasawa.

“La Maison en Petits Cubes” é uma história em 12 minutos que trata das pequenas coisas que fazem a vida de um homem. Recomenda-se a todas as pessoas.

Autor: Fernando Ferreira