Tudo começa com a chegada de um novo estudante à escola. Esse estudante aparenta ter poderes bastante estranhos e começa a transmiti-los a todos os estudantes. São psíquicos e podem ler os pensamentos, entre outras coisas. De onde veio ele? E como resolver os problemas que são cada vez mais nesta escola?
Sobreposta a esta premissa, existe também um triângulo amoroso, feito de dedicação e de sonhos. O resultado é simples, mas bastante interessante. Não posso contar mais, terão de ver o filme para saber.
A arte contribui muito para o visionamento do filme ser um prazer: é profundamente bela, com fundos luminosos, de cores vibrantes e veraneantes e muito detalhado. O “design” do cenário são originais na medida em que não imagino que exista uma escola assim e de que toda a gente vive em casas espectaculares. Um trabalho de fotografia muito bom, com “design” de personagens que não são demasiado simples e não destoam do resto do cenário.
A animação, sobretudo dedicada a luzes que rodopiam, é boa, se bem que os movimentos dos personagens – num tom de comédia – por vezes tiram um pouco do ritmo do filme, apesar de o tornarem bastante leve. As secções que gostei mais, em termos artísticos, foram aquelas dos “sonhos”, pintadas em aguarela e com cores correspondentemente surreais. Por vezes, um CG (Computação Gráfica) que ardia nos olhos, mas nada que não se consiga ultrapassar.
A história tem duas camadas mas é bastante simples, tal como os personagens. De certa forma, é um verão adolescente e as personagens comportam-se como tal. A comédia vem deles e, como digo, por vezes não fica muito bem, mas se os aceitarmos como pessoas (são mesmo assim) posso admitir que estão bastante sólidos. O personagem do avô é sem dúvida o mais interessante. E o cão também (risos).
A música tem dois extremos: ou está extremamente bem aplicada – como o caso da constante Claire de la Lune (fica bem em todo o lado…) – ou é extremamente cliché – como o caso da música final. No primeiro caso, adicionava vibrações positivas e calmantes ao teor do filme, mas no segundo tornava-o previsível e aborrecido. Falando em previsões, o final espantou-me completamente.
Apesar de este anime ter algumas referência ao “Sonho de uma Noite de Verão”, a longa metragem é baseada no romance de Taku Mayamura e que teve direito a quatro séries de televisão em 1977, 1982, 1987 e depois dez anos mais tarde, também foram produzidos duas longas metragens em 1981 (ler artigo aqui) e 1997.
Em 2012, Ryosuke Nakamura produziu a versão animada com o apoio dos estúdios Sunrise.
Assim sendo podemos dizer que o anime Nerawareta Gakuen é um bom filme para uma noite quente quer seja à lareira ou no hemisfério sul.
Escrito por: Carol Louve