Durante o Período Yayoi a única forma que existia para transportar alimentos durante uma viagem era embrulhá-los em folhas de bambu. E poderá ter sido assim que apareceu o “bentou” (literalmente lancheira).
A maior parte dos “bentou” que existem actualmente são originários do Período Edo (1603-1867). Por exemplo, a “Makunouchi Bentou” ainda continua a ser popular entre as pessoas. O “Shoukado Bentou”, uma caixa de alta qualidade é ainda servida em estalagens típicas japonesas, e esta tradição começou em Osaka também no Período Edo.
Do Período Meiji (1868-1912) até ao Período Taishou (1912-1926), o “Eki-Ben” espalhou-se por todo o Japão. Este tipo de Bentou vendido nas estações de caminho-de-ferro e nos comboios, é composta por alimentos das diferentes zonas do Japão e ainda hoje fazem as delícias dos passageiros.
O “bentou” pode ter diversos nomes, mas existem três deles que possivelmente serão os mais importantes para os japoneses e os mais conhecidos para os ocidentais através dos filmes. “Kouraku Bento” é feito especialmente para o Hanami (época em que os japoneses reservam um dia para ver as cerejeiras em flor), o “Tsugaku Bentou” é o que os alunos levam para a escola e o “Aisai Bentou”, aquele que é feito para os maridos ou namorados pelas suas dedicadas e apaixonadas mulheres.
A confecção do “bentou” caseiro tem decrescido com o passar dos anos. Actualmente pode-se comprar uma imensa variedade de “bentou” nos supermercados, nos “combini” (as lojas de conviniência) ou mesmo nas Bentou-Ya (as lojas especializadas).
Mas a parte mais emocionante no “bentou”, é sem dúvida, o momento em que a caixa se abre nesta altura podemos usar a máxima de que “os olhos também comem”; a beleza, a organização e a disposição dos alimentos é um reconhecimento indespensável. Os japoneses consideram a confecção como uma forma de arte tão bela como o acto de comer.
Contudo, por mais bonito que seja, não existe nada que consiga bater um “bentou” preparado com o coração. Um delicioso “bentou” que foi preparado nutricionalmente e equilibrado não é apenas um prato que sabe bem, mas também é o espírito da pessoa que o prepara.
Autor: Fernando Ferreira