Num Random Act of BookCrossing Kindness havia vários livros para escolher. Escolhi apenas este, pois o autor era japonês e… Ganhei-o! Viva! Já foi há algum tempo, mas só agora pude finalmente lê-lo.
Aparentemente Taichi Yamada é um famoso guionista de novelas (doramas, para vocês que gostam), mas também escreve romances. Este é um deles. Conta a história de Tsuneo, um empregado do departamento de imigração que é afectado por um estranho problema de esquizofrenia. Ele ouve uma voz. E a voz é uma mulher e a voz é sedutora, mas a voz é estranha e por mais que ele converse com a voz não a consegue conhecer nem a reconhecer, nem ela se revela.
Esta voz leva-o a reflectir sobre a sua vida actual e passada e lembrar-se de um episódio traumático que lhe aconteceu nos Estados Unidos. Isto teoricamente funcionaria bastante bem como exploração da personagem, mas a forma corriqueira como está escrito torna todos os elementos bastante… Irrelevantes? Parece que o autor não quer realmente que nos preocupemos com os problemas de Tsuneo enquanto ele busca a solução para a voz. E, por isso, é difícil manter o interesse. Sim, está bem, fizeste coisas horríveis e tens uma vida chata. E depois?
Além disso, faltou explicar o que era, ou quem era, a voz desconhecida. Durante todo o livro o que mais me prendeu foi efectivamente “ela”. Eu queria saber quem ela era e porque era uma voz e porque precisava de ser uma voz
“Em busca de uma voz distante” não é um livro mau, mas é um livro de leitura fácil e simples, e que se lê com facilidade embora não fiquemos arrebatados pela história no final da leitura.
Para quem estiver interessado, o livro foi lançado na versão portuguesa pela Civilização Editora, e encontra-se a um preço muito simpático (podem comprá-lo aqui).
E, já agora, pergunta: porque é que todos os autores Japoneses têm de falar de sexo e ter os seus personagens com problemas e dúvidas sexuais? Haverá aqui algo latente?
Escrito por: Carol Louve