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Shoko Asahara – Lords Death’s

Ao ler o artigo sobre o livro Underground, de Murakami Haruki, lembrei-me de um disco que pertence à minha colecção de 7″ que poucas pessoas imaginariam que existe.Antes de mais, convém fazer uma breve introdução histórica. Shoko Asahara, nascido a 2 de Março de 1955, fundou o controverso grupo religioso budista denominado Aum Shinrikyo (também conhecido como Aleph ou Verdade Suprema na tradução portuguesa). Em Março de 1995, este foi o principal responsável pelo ataque terrorista com gás tóxico Sarin no metropolitano de Tóquio. As consequências deste atentado foram enormes tendo provocado 12 mortes, deixado 50 indivíduos em estado crítico, e 984 pessoas com problemas de visão. Onze anos mais tarde, Shoko Asahara foi condenado à pena de morte e actualmente está à espera da execução.

“Lord Death’s Counting Song” é nome do single de Shoko Asahara que foi originalmente editado nos finais dos anos 90, na Austrália, pela Mighty I AM. Tratava-se de uma edição em vinil de 8″ limitada a 75 cópias e com um preço proibitivo, devido à enorme controvérsia que o disco causaria. Recentemente, a editora americana Faithways International reeditou o sete polegadas na sua colecção “The Sounds Of Doomsday Cults”, também numa edição limitada, mas desta vez maior.

O disco tem apenas dois temas: o principal, e que dá o nome ao 7″, “Lord Death’s Counting Song”, e “Shonshi’s March” é o lado B. Seguem o mesmo “modelo” que outros assassinos em massa usaram nas suas gravações musicais (como foram os casos de Charles Manson ou David Koresh). A fórmula parece simples. Usam-se vozes ingénuas e “naifs” em tempos alterados, músicas pop em formato karaoke e mensagens subliminares de fácil compreensão para crianças em idade pré-escolar. As duas faixas são de uma simplicidade pop (“à la japonesa”) capaz de nos atrair misteriosamente se não soubermos quem é o autor.

O single inclui ainda um “booklet” de oito páginas que conta a história da seita “Verdade Suprema”, assim como a do seu fundador e líder espiritual, Shoko Asahara. Este é sem dúvida um disco obrigatório para curiosos, interessados e coleccionadores da música japonesa, por toda a história que está por “detrás” deste disco.

Escrito por: Fernando Ferreira

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