Vamos supor que vão a Tóquio mas por um período curto, ou mesmo apenas passando lá dois dias, a caminho de outras paragens. Nesse caso este artigo vai dar dicas e relatar experiências que vos podem ser úteis. Em todo o caso espero que se divirtam a ler. Estes não são dados recolhidos de publicidades, agências de viagens ou artigos de internet, são todos “vida-real”.
Alojamento
Tóquio é uma cidade onde o solo é extremamente caro, e por isso as construções em altura tentam rentabilizar ao máximo o investimento. Os hotéis são absurdamente caros, ou seja, pagam por estar em solo de Tóquio e não por terem espaço, boas condições, etc. Se querem ter uma boa experiência da cidade mas também não querem ficar falidos, então uma alternativa é escolherem um alojamento que não seja no centro mas sim nos subúrbios. Aliás, nesse caso irão usar o autocarro ou comboio para irem e virem da cidade, lado a lado com estudantes e trabalhadores, o que até vos dará uma sensação mais realista do dia-a-dia no Japão.
Mesmo contando com o custo do transporte esta alternativa é 4 ou 5 vezes mais barata do que um hotel no centro, e significa 50 a 60 minutos de viagem. Se tiverem o Japan Rail Pass podem até apanhar o comboio rápido sem pagarem mais por isso, e então são 20 minutos. A minha sugestão é o Hotel Rich Time em Sakura City, que fica exactamente ao lado da estação de comboios (JR) dessa cidade, na linha que liga Central Tokyo a Narita Airport. Como esta linha tem muita frequência de comboios (de e para o aeroporto) esse também é um ponto-forte desta escolha.
O hotel tem quartos limpos e grandes, serviço de lavandaria gratuito, pequeno-almoço muito bom, fica a 5 minutos a pé de um supermercado e de uma loja de conveniência, e a clientela é sossegada. Além disso são muito simpáticos e compreendem um pouco de inglês. Outros hotéis deste género existem ao longo das linhas de comboio que saem da cidade, mas evitem os que são ao lado da Disney World porque são “motéis cor-de-rosa”…pois, desses.
Transportes em Tóquio
Se estão por vossa conta ou com poucos amigos estudem bem os mapas das estações e redes de transportes com antecedência. As pessoas tendem a perder-se na complicada rede de transportes dos bairros centrais, mesmo os japoneses! Na minha opinião pessoal o melhor é manterem-se à superfície porque assim não se perdem, há sempre referências (especialmente se conseguirem ler japonês).
Evitem a todo o custo usar táxi! Um percurso de 5-7km num táxi que apanham na rua pode custar-vos 30 euros. A cidade é imensa, não vão poder caminhar para todo o lado, mas uma vez dentro de uma zona podem aproveitar para passear. É agradável, seguro e bonito dar passeios na cidade. Para além disso o espaço é extremamente limpo, o ar não é poluído e é tudo surpreendentemente silencioso/tranquilo.
O que fazer
Uma das coisas memoráveis é a “imersão cultural” que uma visita ao mercado Tsukiji pode proporcionar. Este é o mercado abastecedor de peixe e hortaliças para o centro de Tokyo e a acção começa às 5h da manhã. Ao aproximarem-se do Tsukiji tenham em conta que é um local onde as pessoas estão a trabalhar e por isso não as atrapalhem com perguntas e fotos, nem se distraiam porque andam carros de carga de um lado para o outro. Não se paga nada para ir andando por ali e devem chegar à área central antes das 5.30h, quando começa o leilão do atum.
Estamos a falar de atuns inteiros, enormes, e de um leilão ruidoso, animado e incrível. Se tiverem sorte pode ser que nesse dia tenha chegado ao mercado um atum azul e o abram à vossa frente. Podem tirar fotos mas sem flash. Levem agasalhos porque existem jactos de ar frio na zona do peixe. Na zona limítrofe do mercado existem lojas de papel, t-shirts, e outros artigos que dão bons souvenirs.
Alguns itens são exactamente os mesmos que as lojas de souvenirs estilosos vendem, mas aqui custam 10 vezes menos! Devido à hora a que devem lá estar (porque a acção acaba antes das 6.30h) esta visita tanto pode ser fruto de acordarem muito cedo como de saírem do karaoke muito tarde.
Ainda no fresco da manhã dirijam-se ao Templo Meiji, e façam-no de modo a saírem do comboio da estação Harajuku. Esta estação é um edifício muito bonito e totalmente diferente de todas as outras de Tokyo, vale mesmo a pena. Depois de uma caminhada de 20 minutos chegam ao Meiji Jingu, este é o santuário onde se fazem os ritos para a sorte e prosperidade do Japão e em honra do Imperador Meiji.
O templo em si está dentro de uma floresta que é considerada sagrada (Não pisem!) e consiste num pulmão verde de 700m². Caminhem sempre pelos caminhos pavimentados e desfrutem. Pode ser que tenham a sorte de ver rituais xinto ou casamentos, nesse caso não perturbem, observem à distância e se tirarem fotos não usem flash. Depois desta manhã tão tradicional (mercado do peixe e santuário) vão ter um início de tarde de puro Japão contemporâneo.
Para isso saiam do Meiji Jingu pelo lado oposto ao que entraram (para o lado de Yoyogi), contornem a floresta em direcção à parte movimentada de Shibuya (Inokashiradori) e vão chegar à imensa estação de Shibuya (caminhada de 40 minutos).
Esta estação é tão confusa do lado de dentro que vos disse como chegar do lado de fora, e também porque o que interessa é a famosa Shibuya Crossing, que fica na saída Hachiko desta estação. A meio do dia vai estar lá muita gente por isso divirtam-se no banho de multidão! Shibuya também é um óptimo sítio para encontrarem almoço, tem de tudo, para todos os gostos e carteiras. Não se esqueçam de tirar uma foto a famosa estátua do cão que deu nome ao local, Hachiko (ler artigo).
Escrito por: Inês Carvalho Matos
Kamikaze
Espero um dia passar do sonho para a realidade
t3tsuo
Idem aspas 😉