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Ga-rei

Hajime Segawa lançou Ga-rei pela editora Monthly Shonen Ace durante os 2005 a 2010 no Japão. Manga fantástico, com um misto de terror, muita acção e aventura sem igual, tendo um total de 12 tokobons (nome dado aos livros de banda desenhada japoneses). E com um spin-off Ga-Rei Tsuina no Shou (volume único), ganhou uma adaptação para TV, de nome Ga-rei Zero (喰霊 -零- 2008), narrando o passado e de como tudo teve inicio.

Antes de mais nada, temos lembrar que no folclore japonês existem muitos seres e monstros, bons e maus e níveis diferentes de divindades e demónios. Ga-Rei não foge muito desta regra, mas aqui o nosso caro leitor irá ver, que quase todos seres são corrompidos. Mesmo tendo o tema como “horror”, é uma historia leve, tendo mais momentos de comédia do que de suspense. Sendo comparável até ao filme “Os caça-fantasmas”, bem típico do Shonen. Bastante diferente do anime, que por sua vez, torna o enredo mais denso, assustador, elevando assim o grau de profundidade da história.

Kensuke Nimura, um estudante com “sensibilidade espiritual” acima da media, vê-se como uma pessoa normal (apesar de ver espíritos), agindo como todo estudante comum. Kensuke está a procura de uma namorada, porém devido as entidades que sempre o atormenta vê-se inteiramente frustrado com os seus planos de conquista, devido a sua mediunidade. Ao voltar para casa, Kensuke é surpreendido por um espirito poderoso com uma joia negra na testa, sendo vorazmente atacado. Na fuga, sofre um atropelamento, e acidentalmente – de uma maneira bem esquisita e até hilariante -, tem seu primeiro beijo roubado por uma estranha. A rapariga da mota toda preocupada segue-o desesperada.

Encurralado numa garagem de um prédio, Kensuke e a jovem descobrem a fonte desses espíritos, uma antiga espada o centro da miasma (massa gasosa demoníaca). Com muita coragem, ele avança removendo o artefacto, liberando o monstro que ataca a parariga que está ao seu lado. O que Nimura não esperava era que ela também tem habilidade especial de dominar o grande e lendário dragão branco de 2 cabeças, Byakuei, que detrói totalmente a miasma que os atacava.

Após acontecimentos, Nimura é convidado para se recrutar no staff do escritório de prevenção de desastres sobrenaturais do ministério do meio ambiente (comprido esse nome, não?). Kagura Tsuchimiya, a jovem da mota, herdou “Giro” de seu pai e sua família luta contra youkais com Byakuei muito antes da 2º guerra mundial.

Numa das suas caçadas contra os espíritos malignos que vem aparecendo com muita frequência, Kensuke é ferido mortalmente por Yome, esta, que antes era uma agente, parceria e melhor amiga de Kagura. Agora dominada por uma sesshôseki, uma das nove joias negras que concede o poder da cura e amplifica os poderes espirituais daquele que a possui. Kagura, implanta uma dessas pedras no coração de seu parceiro e o adverte que essa “pedra” corrompe a alma, assim como a da sua antiga amiga. Yome por sua vez, revela a caçada pelas nove sesshôseki para reviver a raposa de nove caldas, para terra.

À primeira vista Ga-rei tem um argumento bem construida pela sua autora, cativando o leitor a cada capitulo, tendo uma óptima transição de cada arco, estando muito bem engajada, que o leitor quase não nota é a mudança de arco. E todo o desenvolver tem a sua excelência em cada personagem no enredo, criando uma boa harmonia, história-personagem. Visualmente, muito bem desenhado, com traços firmes e marcantes e com background bem apresentado, passando visualmente um ambiente de tensão nos momentos mais crícito da historia.

Pecando um pouco no meio da trama, ficando um pouco enfadonho, em que a autora acaba esticando um pouco demais, com detalhes que não são tão necessários para uma boa continuação no meio de cada arco. Mas aos poucos, Segawa, surpreende deixar a trama mais tensa e profunda com desenrolar das personagens em determinadas situações. Mas, para um enredo de terror, ficou a desejar, esperava mais da autora já que, japoneses tem um grande talento para esse tema.

O que esperar de Ga-Rei? Um bom manga de youkais e seres sobrenaturais, com um óptimo tom cómico e levemente picante, de muita acção e lutas de espadas. Apesar de exagerar um pouco no tema amizade e companheirismo, mostrando que os seres humanos são capazes de realizar grandes feitos por seus amigos, creio que leitor ficara satisfeito com esta obra.

Escrito por: Glauco Felix

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