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Hachiko

Os cientístas japoneses conseguiram resolver o mistério de décadas ao finalmente encontrar uma das causas de morte do cão mais famoso do Japão, Hachiko, cuja lendária lealdade foi imortalizada com uma estátua junto à estação de comboios de Shibuya em Tóquio.

Durante anos, Hachiko (um cão da raça akita nascido a 10 de Novembro de 1923 na cidade de Ōdate, na Prefeitura de Akita) esperava o seu dono Hidesaburo Ueno, um professor do departamento de Agricultura da Universidade de Tóquio que chegava à estação de Shibuya depois de um dia de trabalho.

A rotina continuou durante um ano, até que chegou o dia em que o professor não retornou no seu habitual comboio, como era costume. Ueno sofrera um AVC na universidade naquele dia, nunca mais retornando à estação onde sempre o esperara Hachiko. A história diz que, na noite do velório, Hachiko, que estava no jardim, quebrou as portas de vidro da casa e fez o seu caminho para a sala onde o corpo foi colocado e passou a noite deitado ao lado de seu mestre, recusando-se a ceder. Outro relato diz como, quando chegou a hora de colocar vários objectos particularmente amados pelo falecido no caixão com o corpo, Hachiko pulou dentro do caixão e tentou resistir a todas as tentativas de removê-lo.

Depois que seu dono morreu, Hachiko foi enviado para viver com parentes do professor Ueno, que moravam em Asakusa, a leste da capital japonesa. Fugiu várias vezes e voltou para a casa em Shibuya, e, quando passou um ano, ele ainda não tinha-se acostumado à sua nova casa. Ao perceber que seu antigo mestre já não morava na casa em Shibuya, Hachiko ia todos os dias à estação de Shibuya, da mesma forma como ele sempre fazia, e esperou que ele voltasse para casa. Todos os dias ía e procurava a figura do professor Ueno entre os passageiros, saindo somente quando as dores da fome o obrigavam. E ele fez isso dia após dia, ano após ano, em meio aos apressados passageiros. Hachiko esperava pelo retorno de seu dono e amigo.

Na madrugada de 8 de Março de 1934, com idade de 11 anos, Hachiko deu o seu último suspiro (ver foto: A última foto da Hachiko) numa rua lateral à estação de Shibuya. A duração total de tempo que ele esperou, saudoso, pelo seu dono foi de nove anos e dez meses. A morte do famoso cão foi notícia nas primeiras páginas dos principais jornais japoneses e muitas pessoas ficaram desoladas com a notícia. Um dia de luto foi declarado.

Os rumores da sua morte foi causado por um pau de yakitori que lhe tinha furado o estomâgo, mas a Universidade de Tóquio examinou os seus órgãos e concluiu que Hachiko tinha um cancro terminal, assim como uma infecção estomacal causada por vermes.

Os residentes de Tóquio comoveram-se de tal maneira que construíram uma estátua de bronze esculpida pelo renomeado escultor Ando de homenagem a Hachiko, que está em frente ao portão de bilheteira da estação de Shibuya, com um poema gravado em um cartaz intitulado “Linhas para um cão leal”.

A história de Hachiko foi adaptada para o grande ecrã em 1987 com o título de “Hachiko Monogatari”. Aproximadamente 22 anos mais tarde, a história chega a Hollywood como “Hachiko: A Dog’s Story”, um filme interpretado por Richard Gere.

A lealdade de Hachiko levou a que todo dia 8 de Abril seja realizada uma cerimônia solene na estação de comboios de Shibuya. Esta lealdade dos cães da raça Akita já era conhecida pelo povo japonês há muito
tempo e se por algum motivo uma pessoa não tenha condições financeiras para manter o seu Akita, o governo japonês assume sua guarda.

Escrito por: Fernando Ferreira

One comment
  1. [Guia] : Viagem a Tóquio (Parte I) | NIJI zine

    […] Esta estação é tão confusa do lado de dentro que vos disse como chegar do lado de fora, e também porque o que interessa é a famosa Shibuya Crossing, que fica na saída Hachiko desta estação. A meio do dia vai estar lá muita gente por isso divirtam-se no banho de multidão! Shibuya também é um óptimo sítio para encontrarem almoço, tem de tudo, para todos os gostos e carteiras. Não se esqueçam de tirar uma foto a famosa estátua do cão que deu nome ao local, Hachiko (ler artigo). […]

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