Benoît Peeters, argumentista da série de banda desenhada franco-belga “Cidades Obscuras”, mas também filósofo, cineasta, romancista e ensaísta, teve a sorte de passar uma semana no país do Sol Nascente com Jiro Taniguchi, um famoso autor de banda desenhada japonesa que admira. O resultado foi este magnifico livro sobre a vida e obra deste autor japonês.
Este excelente livro explora o universo Taniguchi, a sua maneira de trabalhar, os seus desejos, a sua sensibilidade, seus problemas de linguagem quando colaborou com autores franceses, a sua descoberta da Europa, e o seu sucesso em França que começou com “Quartier Lontain” (trabalho através do qual se tornou embaixador da banda desenhada japonesa na terra do croissant), e a explicação para o seu enorme sucesso na Europa, já que no Japão não é muito conhecido.
Ao longo dos vários diálogos, onde os dois autores que confrontam os seus pensamentos e opiniões, e onde Jiro Taniguchi revela muitos elementos de sua história de vida e artística na idade infantil e juvenil. Ficamos também a conhecer o seu primeiro manga “Clorofórmio”, com uma influência inequívoca da BD Europeia no seu trabalho e um olhar contemporâneo para o mundo.
A edição está bastante boa e é bastante cuidada, tem imensas imagens (fotografias e esboços), as entrevistas estão bem feitas e sente-se que Peeters estudou bem a lição. No entanto gostaria de ter encontrado uma bibliografia e uma cronologia mais detalhada para que conseguissemos saber as numerosas edições (mais de 20 mangas) que o autor tem quer no Japão quer em França que presumo que seja o país onde Taniguchi tem mais obras editadas e traduzidas (a maioria, aliás, publicado na colecção escritures da editora Casterman e na editora Sakka.
Jiro Taniguchi – L’Homme qui dessine (recentemente editado em França e que tenha conhecimento ainda só existe a edição em francês) é um livro essencial para quem tem interesse em conhecer o outro lado do manga e da vida de Jiro Taniguchi, um dos grandes mestres da banda desenhada japonesa da actualidade.
Escrito por: Fernando Ferreira