Este anime trata da vida normal de duas irmãs. Longe dos seus pais, Shizuru e Mizuki vivem com o seu avô por causa das habilidades que ambas têm. Shizuru, a mais velha consegue ver os yokai (espíritos, demónios e deuses do fantástico shintoista), já a mais nova é facilmente possuída por estes seres. O anime segue as suas aventuras diárias, fatia-de-vida no mais puro sentido da palavra, normalmente intercalando uma aventura da mais velha com uma da mais nova. Lembra Natsume Yuujinchou, mas sem a carga emocional.
Na minha opinião há apenas três coisas que podem tornar um anime “slice of life” numa obra de arte de valor: (1) Uma arte esplendorosa (como em Aria); (2) Um “setting” absolutamente original (como em Planetes); (3) Uma forte carga emocional. Mokke não possui nenhum destes três elementos.
A arte é bastante deprimente, sem fundos extraordinários e com um design de personagens pouco proporcional e pouco original no que respeita aos yokai.
Em termos de personagens, as suas aventuras não parecem trazer-lhes qualquer adição ou qualquer aprendizagem. A irmã mais nova é exasperante na sua estupidez e desobediência. O personagem mais interessante será talvez o avô que, detentor de certa sapiência no que respeita a fenómenos paranormais, ensina sempre coisas úteis sobre a vida. Os contactos com os yokai são de grande simplicidade e não comovem nem fazem rir, são absolutamente indiferentes.
A música não se distingue nem adiciona nenhum tipo de emoção às cenas. Tanto o tema de abertura como o de encerramento são do mais normal que existe. Se bem que a animação do tema de abertura “Kokoro no Ato” interpretado por Riyu Kosaka engana, baseados nela pensaríamos que isto ia ser um anime muito mais bonito.
Transmitido no Japão entre Novembro de 2007 e Março de 2008, Mokke é uma série de 24 episódios produzidos por dois estúdios com um curriculum invejável, a Madhouse Studios e a Tezuka Productions. O anime é realizado por Masayoshi Nishida (Allison & Lillia e Benkai and Ushiwakamaru) e o design de personagens ficou a cargo de Toshio Kawaguchi, um nome bastante ligado os filmes dos estúdios Ghibli.
Fica uma nota para a originalidade do título: Mokke (もっけ), é o hiragana de mokke (勿怪), que significa algo como “inesperado”.
Em jeito de conclusão podemos dizer que Mokke é uma série que se vê, mas que possivelmente não deixará saudades.
Escrito por: Carol Louve