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Suisei no Gargantia

Para mim o melhor anime desta temporada (Abril, 2013). Na sua génese está o criador das nossas famosas Megucas, mas este anime não tem nenhuma pretensão a desconstrução. É simplesmente um conto de ficção científica passado num imaginário extremamente bem concebido e muito original.

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Comecemos pelo início, que é o melhor sítio para começar. Algures no meio do espaço, está um soldado (Ledo) dentro de um mecha (Chamber) a lutar contra umas anémonas espaciais (Hideauze). De repente, é absorvido por um wormhole e vai parar a um planeta a milhares de anos luz de distância. Esse planeta está coberto de água e os seus habitantes vivem em navios que formam ilhas flutuantes com a sua própria civilização. Esse planeta é o planeta Terra. Pois é, depois de mais uma idade do gelo, sobrou um planeta coberto de água e os seres humanos tiveram de se adaptar.

Ao início o anime explora as diferenças entre os dois universos, a Terra e a confederação artificial onde vivia Ledo. Existem diferenças na língua (o que é sempre uma coisa extraordinária) e dos hábitos e vemos Ledo a conformar-se e a adaptar-se ao novo universo em que se encontra. Mais tarde ele encontra umas criaturas parecidas com os Hideauze, a que eu chamo de Balulas (Baleia + Lula) e aí a história dá uma volta, mas sem nunca se desencontrar do objectivo inicial de explorar as diferenças.

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Temos personagens variados e todos eles têm uma certa evolução, mas sobretudo Ledo e Chamber. Eles estavam habituados a uma sociedade autocrática e de repente Ledo vê-se confrontado com uma realidade em que viver é mais do que lutar contra seres aquáticos do espaço. O próprio Chamber, sendo uma inteligência artificial, adapta as suas decisões ao universo novo em que se encontra, sendo que o climax é atingido com a sua realização. De entre os outros personagens, apenas Pinion tem uma certa evolução, passando de convencido insuportável a mais ou menos humilde insuportável. Todos os outros aparentam estar lá como decoração ou como mecanismo para o avanço da história, sobretudo Amy.

A arte é deveras linda. Deveras lindíssima. Para um mundo todo coberto de água, temos uma variação de cores, nela e no céu, brilhante e bela. Os barcos, Gargantia sobretudo, estão desenhados com extremo detalhe. É um anime muito bonito e a paleta de cores trás uma vibração positiva. Existe algum CG (Computer graphics), sobretudo no design dos mechas, mas está bem integrado com o resto do ambiente e acaba por não destoar.

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O mesmo se aplica à música, isto da positividade. Olhando bem, não é nada de especial, mas adiciona bem-estar às situações.

Infelizmente temos alguns episódios, sobretudo na primeira parte, que parecem não estar ali a fazer nada. Nomeadamente o episódio da praia (que não é bem uma praia, mas tem fatos de banho) e o episódio das danças dos ventres. Senti-os mais como episódios de serviço inusitado, ali postos às três pancadas para ocupar o tempo e para tentar dar alguma densidade aos personagens femininos (que não a têm). Talvez também para aumentar o sentimento “feel good” de toda a parte inicial da série.

De resto, um anime muito original e muito bonito, com a sua dose de piada, que vale a pena ver.

Escrito por: Carol Louve

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