Sylvanian Families

A minha recente e possivelmente última visita ao Museu do Brinquedo em Sintra, que ao que parece irá encerrar as suas portas no dia 31 de Agosto (2014), fez-me recuar e recordar as várias séries que passaram na RTP1 nos anos 90, em especial “Sylvanian Families” (シルバニアファミリー , leia-se Shirubania famiri) que em Portugal foi baptizada como “Família Silvestre” e que foi transmitida em 1991 com dobragem em língua portuguesa.

Esta série tem uma enorme vitrine no Museu do Brinquedo onde podemos ver uma pequena povoação com as várias famílias que habitam aquela floresta mágica. Para quem não conhece a família Sylvanian, digo-vos que tudo começou como uma linha de pequenos brinquedos em formas de animais pequenos (coelhos, castores, ursos, entre outros) que foram criados pela empresa japonesa EPOCH nos idos anos 80, e que rapidamente começou a ser distribuída por empresas nos Estados Unidos e na Europa.

Dois anos mais tarde, foi criada uma série de desenhos animados pelas mãos de Phil Harnage com a ajuda dos estúdios “DIC e “C&D”. A co-produção americana e gaulesa foi animada nos estúdios japoneses “KK” e “Mook Animation”, estúdio responsável pela maior parte das animações da Hanna-Barbera.

Em 1988, no Reino Unido onde o sucesso desta linha de brinquedos (dedicada a um público mais feminino) era bem vísivel que foi criada uma nova série da “Sylvanian Families”. Esta série apenas teve 4 episódios e teve a particularidade de ter sido feita utilizando o processo de animação “stop motion”, o que dava aos fãs deste universo uma visão muito mais realista comparada com a série animada realizada anos antes.

Praticamente 10 anos mais tarde, o Japão volta a reavivar a memória aos fãs e lança três episódios especiais em 3DCG, produzidos por Koji Kawaguchi, Yumiko Muriai e Akira Takamura. Cada uma das histórias foram escritas por Hiroko Odaka e música composta por Koichiro Kameyama de Project.R fama. Os OVAs são animados por Dyna Method em cooperação com a Itochu, Epoch, Nippon Columbia e Shogakukan. A 20 de Junho de 2007 estes três episódios foram lançados em DVD de edição japonesa mas com legendagem e dobragem em Inglês.

O sucesso da “família Silvestre” é enorme ainda hoje por todo o mundo dos mais pequenos aos mais graúdos. A enorme gama de merchandise não pára de crescer a cada ano que passa e a EPOCH não se acanha a lançar regularmente novos acessórios e novas famílias (coalas, pinguins) que vão aparecendo na floresta dando-lhe uma nova vida e novas aventuras imaginárias que os fãs criam.

Mas muitos perguntarão onde fica Sylvania (Shirubania, em japonês)?
A povoação é uma aldeia fictícia dos anos 70 situada na Grã-Bretanha. A maioria das famílias são rurais e de classe média, no entanto também existem algumas famílias mais abastadas e donas de empresas familiares bem-sucedidas, ou então terem profissões de colarinho branco como por exemplo: médicos ou professores.

Estes podem viver em grandes casas de vários andares, ou próprias moradias que não são mais do que meras casas de férias. As actividades são as mais estereotipadas da classe média alta, como por exemplo andar a cavalo, praticar vela, ou organizarem festas nos seus jardins.

Normalmente os habitantes de Sylvania são agrupados por famílias de animais que originalmente habitam a típica floresta como coelhos, esquilos, ursos, castores, raposas, e ratos. Mais tarde, apareceram outros animais, como gatos, cães, pinguins, vacas, ovelhas, porcos, elefantes, pandas e coalas. A maioria das famílias são compostas por um pai, mãe, irmã e irmão, que depois ao longo dos tempos e das novidades de cada ano, vão adicionando os restantes membros da família.

Em Portugal, tenho a ideia que a comunidade de fãs desta série é inexistente ou quase nula. E presumo também que deverão haver poucas pessoas a coleccionar estes pequenos animais “kawaii”, talvez porque seja díficil encontrar material à venda no nosso país e porque também não é um “hobbie” barato. No entanto se existirem por aí alguns coleccionadores nós gostávamos muito de os conhecer.

Nota: As fotografias deste artigo não correspondem à série mas sim a alguns dos cenários presentes no Museu do Brinquedo em Sintra.

Escrito por: Fernando Ferreira