Foi um dos xilógrafos mais importantes da sua época e participou decisivamente no desenvolvimento do nishiki-e e da impressão a cores. Suzuki Harunobu (鈴木春信) nasceu em 1725 em Edo (nome antigo da actual capital japonesa) e foi aí que aprendeu toda a sua arte, apesar de ter morrido com apenas 45 anos a 7 Julho de 1770.
Não se sabe ao certo mas pensa-se que Harunobu aprendeu a arte com Shigenaga, mas os seus primeiros trabalhos na sua grande maioria são retratos de mulheres e de actores que mais se associam ao estilo dos grandes mestres Torii, Kiyomitsu ou mesmo Kiyotsune. Durante a sua viagem de aprendizagem esteve influenciado por Nishikawa Sukenobu de Quioto, bem como por Kiyomitsu e pelos pintores ukiyo-e da escola de Kawamata.
Nas suas obras também conseguimos apreciar o estudo da escola kanou e dos artistas chineses do século XVI, como foram Ch’iu Ying e T’ang.
Harunobu encontrou o seu próprio estilo por volta do ano de 1762 e ajudou a que o estilo do ukiyo-e (浮世絵, “retratos do mundo flutuante”, em sentido literal, vulgarmente também conhecido como estampa japonesa) ainda se desenvolve-se mais depressa. Ele é o pintor do bijin-ga, palavra japonesa que significa imagens de mulheres bonitas e mostra-as em ambientes mundanos. Também a vida quotidiana das mulheres da burguesia e as mulheres em cenas mitológicas com uma elegante coloração são outras das temáticas trabalhadas por Harunobu.
Tinha uma técnica diferenciada dos demais que consistia em imprimir por meio de pranchas sucessivas uma ampla variedade de cores na mesma lâmina, o que trouxe maior versatilidade à arte da gravura.
Em 1764 recebeu o encargo de fazer desenhos para calendários que seriam postos à venda pelo editor Shokakudo. Os círculos de intelectuais, poetas e artistas de Edo impulsionaram a divulgação do nishiki-e (técnica japonesa de xilógravura multi-colorida). Harunobu, como director artístico do círculo, devia realizar cartões de de felicitações e para o ano Novo, as chamadas e-goyomi.
Nada era demasiado caro para os elementos do círculo que tinham um bom gosto estético, por isso implementaram-se materiais valiosos e a impressão a cores atinge o seu auge no ano de 1765 com a mudança do “duotone” ou três cores para uma uma enorme paleta de cores.
Entre 1765 e 1770, ano da sua morte Harunobu criou mais de 20 livros ilusttados e mais de 100 estampas coloridas e mais um bom número de pinturas. Durante esses anos Harunobu também fez alguns trabalhos com cenas eróticas denominadas shunga e sempre teve o previlégio de ter como modelos O-sen e O-Fuji famosas pela sua enorme beleza segundo os padrões da época.
Escrito por: Fernando Ferreira