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Tomita Isao

Nasceu na capital japonesa a 22 de Abril de 1932, mas a sua infância foi passada na China com o seu pai. Voltou ao Japão com a idade de ingressar na Universidade de Keio (Tóquio) onde estudou história de arte e em simultâneo tinha aulas particulares de orquestração e composição. Tomita Isao forma-se em 1955 e imediatamente é contratado a tempo inteiro para ser compositor para televisão, cinema e teatro. Um dos seus primeiros trabalhos de a ser reconhecido foi o hino para a equipa de ginástica olímpica japonesa para os Jogos Olímpicos de Verão de 1956 em Melbourne, Austrália.

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Em 1965, compõe a música para a série animada de Osamu Tezuka Jangaru Taitei lançado nos Estados Unidos como Kimba, o Leão Branco. Isao Tomita juntamente com Kunio Miyauchi criam a banda sonora para a série de tokusatsu Mighty Jack, que foi transmitida em 1968. No mesmo ano ajuda a fundar o Group TAC Co.,Ltd. (株式会社グループ・タック Kabushiki Kaisha Gurūpu – Takku), um estúdio de animação e computação gráfica.

É no final dos anos 60, que Isao vira-se de corpo e alma para a para a música eletrónica seguindo o que se fazia no ocidente com músicos como Wendy Carlos compositora de bandas sonoras de filmes como “A laranja mecânica” (1971) ou o “Shining” (1980) ou Robert Moog, o inventor do sintetizador Moog. É nesta altura que Isao adquire um sintetizador Moog III e que começa a construir seu estúdio caseiro e percebe que os sintetizadores poderiam ser usados para criar novos sons e imitar outros instrumentos. O seu primeiro álbum intitulado Electric Samurai: Switched on Rock é lançado em 1972.

Em 1974, o álbum Snowflakes are dancing foi lançado e rapidamente tornou-se num sucesso mundial e foi responsável por popularizar vários aspectos da programação de sintetizadores e da música electrónica. Este álbum é sem dúvida um dos mais importantes da música electrónica, onde supostamente há pela primeira vez uma tentativa de sintetizar o som de uma orquestra sinfónica, bem como uma série de efeitos de processamento, como são os casos de: reverberação, flanging e uma versão em sistema de quadrifonia que permitia uma audição especial com quatro colunas.

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Após o sucesso de Snowflakes are dancing, Tomita lança uma série de álbuns “classicamente” temáticos, incluindo arranjos de: Igor Stravinsky, Modest Mussorgsky e Gustav Holst. A sua versão de “Arabesque no.1”, de Debussy foi também utilizado na série de televisão Star Gazer. O álbum Daphnis et Chloé – The Ravel Album (1979), também lançado com o título de Bolero, é o preferido de Tomita, e sem dúvida, um de seus trabalhos mais expressivos. Uma versão eletrónica magnífica para a obra de Ravel demonstrando toda a genialidade de Tomita. Em Bermuda Triangle, também nomeado para um Grammy no ano de 1979, Tomita realizou versões para obras de Prokofiev, John Willians e Ravel.

Enquanto trabalhava na criação dos seus álbuns de sintetizadores clássicos, Tomita também compôs numerosas partituras para a televisão e filmes japoneses, incluindo a série de televisão Zatoichi, bem como dois filmes da mesma franquia.

Já na década de 80, Tomita realizou uma série de concertos ao ar livre “Soundcloud”, onde eram colocados colunas sonoras junto do público numa espécie de “nuvem sonora”. Em 1984 no Ars Electronica em Linz, Áustria Tomita cria um concerto instalação chamado de “Mind of the Universe”, onde tocava numa pirâmide suspensa sobre mais de 80.000 pessoas. Ao longo os danos foi também várias vezes convidado para comemorações de datas simbólicas como foram o caso do centenário da Estátua da Liberdade ou em 1988 para bicentenário da Austrália.

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Em 2001, Tomita colabora com a Walt Disney Company para compor a música ambiente do Tokyo DisneySea, um parque temático nos arredores de Tóquio. Entre os seus últimos trabalhos encontramos a música de Black Jack: Futari no Kuroi Isha (2005) e os três filmes da triologia samurai de Yoji Yamada (Twilight Samurai, The Hidden Blade, Love and Honor), onde ganhou o “Óscar” japonês para a melhor banda sonora.

Dez anos depois, Isao Tomita lança o álbum “Symphony Ihatov” (2012), no qual participou a virtual idol “pop” Hatsune Miku, uma artista virtual consolidada no mercado musical nipónico e com projeção internacional, apesar de não ser real.

Em 2015, em reconhecimento da sua longa carreira e influência global sobre música eletrónica, Tomita ganha o Prémio da Fundação Japão, e vê muitos dos seus temas incluídos do seu álbum Snowflakes are dancing no filme Heaven Knows What realizado pelos irmãos Safdie. Também o filme Ocean’s 13 decide escolher a versão Claire de Lune de Tomita.

Um ano mais tarde, morre de insuficiência cardíaca crónica no Tokyo Metropolitan Hiroo Hospital. Ele que é para muitos um dos pioneiros da música eletrónica e grande entusiasta dos sintetizadores.

Escrito por: Fernando Ferreira

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