Vi este anime por uma razão algo bizarra. Ora bem, estava eu no Nihon Sekai 2015 (evento dedicado à cultura japonesa que ocorreu em Lisboa) a tirar fotos a toda a gente (que é o que eu costumo fazer) quando me vejo a tirar uma foto a um rapaz semi-nu, de avental. Achei cómico. O rapaz pergunta-me se sei qual é a sua personagem e, tendo uma resposta negativa, fica triste. Assim, prometi-lhe que veria a série em causa. Aqui está ela. Rapaz do Nihon Sekai!! Eu vi o teu anime! E gostei! Obrigada!
Este poderia ser um anime de competição como outro qualquer. Podia também ser um ecchi como outro qualquer. Mas há algo neste anime que o faz distinguir-se dos outros. Será o tema? Mais que isso, é a sua execução. O tema é simples: um rapaz que sempre trabalhou sob alçada do pai num restaurante é aceite numa portentosa escola de culinária onde o valor dos alunos é instituído através de competições de comida, onde podem provar as suas capacidades. Como num anime de desporto, os desafios vão ficando cada vez mais complexos, sendo que o nosso personagem tem de os ultrapassar com originalidade e mestria. É um anime com uma energia cativante, que nos prende a atenção imediatamente e que nos faz desejar reproduzir aqueles pratos, pois têm todos um aspecto delicioso.
Confesso que devo ter engordado uns oitocentos quilos enquanto vi este anime, porque não conseguia parar de comer e parar de ter fome.
Os personagens principais contêm algum tipo de evolução. Mas Souma, o chef que seguimos constantemente, está um pouco agarrado demais à sua genialidade e acaba por ser um pouco frustrante que ele nunca falhe, para que dessa forma possa evoluir de maneira mais contundente. No entanto, alguns dos outros personagens têm esses momentos, o que acaba por ser satisfatório.
A arte é lindíssima, cheia de brilho e com retratos deliciosos de comida (que espero que o Qui consiga reproduzir, nomeadamente o souffle de omelete e aquela empada de caril). Talvez haja um exagero nos momentos sensuais, o que não é muito atractivo para mim, mas é o tipo de coisa que “primeiro estranha-se, depois entranha-se”.
As sequências de animação que se seguem ao provar de cada prato caracterizam perfeitamente o sabor que este, eventualmente, terá. Isto funciona extremamente bem e é uma óptima (embora por vezes anticlimática) forma de caracterizar um sentimento muito subjectivo.
Musicalmente, não há nada de novo… aqui encontramos uma banda sonora que já se ouviu repetidamente em outros animes do género. O primeiro tema de abertura “Kibō no Uta” (希望の唄;Song of Hope) interpretado por ULTRATOWER e o tema de encerramento “Spice” (スパイス) cantado por Tokyo Karan Koron são interessantes, mas o segundo tema de abertura bem como o segunto tema de encerramento interpretados por Misokkasu e Seiko Ōmori respectivamente são completamente descontextualizadas e um pouco ridículas.
Produzido pelos Estúdios J.C. Staff sob o comando de Yonetani Yoshimoto (Bettermen e Planets) a série teve um total de 24 episódios e foi transmitida durante o ano passado (3 de Abril a 25 de Setembro). O design de personagens ficou a cargo de Tomoyuki Shitaya (Bakuman, Toradora!, entre outros).
No geral, Shokugeki no Souma (食戟のソーマ ) facilmente “viciará” qualquer pessoa e ainda tem o extra de ser absolutamente delicioso!
Escrito por: Carol Louve