Hoje vou dedicar alguma atenção a uma hidden gem para a Playstation 1, um jogo que encontrei numa feira de velharias e arrisquei a comprar, sem saber bem o que me esperava. Em boa hora o fiz, pois descobri um dos meus jogos favoritos que ainda hoje jogo com alguma regularidade.
O Starsweep surgiu originalmente enquanto um jogo arcade em 1997, desenvolvido pela Axela Inc, uma companhia conhecida à época principalmente pela publicação de revistas dedicadas à informática, internet e videojogos com apenas três jogos lançados à época para a PS1 e foi, pelo que consegui perceber, a primeira experiência da empresa no mundo das arcades.
O lançamento para as duas plataformas foi praticamente simultâneo no Japão, mas apenas no ano 2000 tivemos acesso ao mesmo na Europa através da Midas Interactive, uma editora conhecida pelas suas edições budget cujo catálogo era constituído maioritariamente por títulos japoneses importados e traduzidos/adaptados para o nosso mercado.
Olhando para a caixa, vemos uma capa bastante genérica e uma descrição básica do jogo no verso, que em conjunto criam uma embalagem muito pouco apelativa. Felizmente que ao começar o jogo nos apercebemos que as aparências iludem…
Deparamo-nos com um jogo estilo Puzzle com uma estética Kawaii (à falta de palavra equivalente no português), com um aspeto algo infantil o que pode ser bastante enganador, já que o gameplay é bastante desafiante. Se inicialmente podemos demorar algum tempo a nos habituarmos ao estilo do jogo, com a prática, começamos a aumentar a rapidez com que manipulamos as peças, convertendo-se rapidamente numa experiência de jogabilidade frenética totalmente viciante.
Quanto à história, infelizmente o manual foi muito mal traduzido, mas do pouco que consegui perceber começa assim:
Há muitos anos, bem longe no céu deu-se uma misteriosa explosão. Pedaços de estrelas vermelhos, azuis e amarelos espalharam-se pelo céu, cobrindo a terra. Felizmente surgiram comedores de estrelas que pouco a pouco, foram limpando os céus, salvando a população da terra da escuridão total. Um dia, crianças espetaram um comedor de estrelas a brincar e repararam que este expelia pedaços de estrelas que ao entrar em contacto uns com os outros explodiam e desapareciam.
Esta pequena brincadeira acabou por dar origem a uma competição formal que se tornou bastante popular. Nos dias de hoje, todos desejam vencer o concurso e ser o Mestre do Starsweep (varrimento de estrelas). Mas há alguém que não está contente com isto, pois aparentemente a grande explosão que deu origem a tudo isto tinha outros propósitos e o seu responsável quer ser o novo mestre para pôr em prática o seu plano…
A melhor comparação que posso encontrar é a de que este jogo é uma mistura de Tetris com Puzzle Bobble, pois aqui temos de evitar que as peças que sobem constantemente cheguem ao topo do ecrã, tendo de combinar as peças que caem de cima com correspondentes da mesma cor, com o cuidado de que as estrelas nas suas extremidades se toquem. Para complicar a situação, se não formos rápidos o suficiente, surgem-nos nuvens que nos bloqueiam o caminho e apenas podem ser eliminadas através da combinação de peças.
A simplicidade do jogo faz com que não haja muito mais a comentar, mas posso concluir dizendo que é um jogo muito bem desenhado, viciante, com gráficos bem desenhados e coloridos e uma excelente música. Totalmente recomendado, pois sendo um jogo mais casual, conseguirá agradar a todo o tipo de públicos e também porque é um jogo bastante acessível, não sendo de todo difícil de encontrar a um preço reduzido. Para ser um jogo perfeito, apenas bastaria que tivesse havido um bom trabalho de tradução e mais algum cuidado com o visual da capa do jogo (neste caso bastaria manter a original).
Escrito por: Pedro Pimenta