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Thunderbolt Fantasy

Gen Urobochi foi o convidado especial para uma exposição de arte complexa sobre marionetas tailandesas. Fascinado com o trabalho meticuloso dos artesãos voltou ao Japão com a ideia de criar a sua própria série à maneira tailanesa.

Com a escrita de Gen Urobuchi, a música de Hiroyuki Sawano e os temas de abertura da autoria da grande estrela T.M. Revolution (Takanori Nishikawa), Thunderbolt Fantasy é uma obra-prima criada por talentos da história do anime.

A série de 13 episódios começou a ser transmitida em Julho de 2016 por duas cadeias de televisão japonesas, a Tokyo MX e a Nippon BS Broadcasting Corporation. Até à data já foram publicados 5 volumes de mangá e 1 uma “light novel”, bem como dois live-actions intitulados Thunderbolt Fantasy: The Sword of Life and Death e Thunderbolt Fantasy: Bewitching Melody of the West produzidos em 2017 e 2019 respectivamente.

Esta série enquadra-se num estilo que não é comum no Japão. A denominação para séries deste tipo é wuxia (Wu – 武 quw significa “marcial” ou “armado” e xia – 俠, que significa “honrado” ou “herói”) e representa um género literário e cinematográfico, originário da China, que mistura fantasia e artes marciais ou ainda, basicamente luta de espadas num mundo medieval imaginário.

Thunderbolt Fantasy (東離劍遊紀) organiza a sua narrativa através de uma série de arcos subsequentes. O anime segue a jornada de um espadachim errante chamado Shang Bu Huan, que carrega um conjunto de trinta e seis espadas místicas. Esses itens místicos são perigosos para a humanidade, pois cada um deles contém um poder profano forte o suficiente para destruir o mundo se caírem nas mãos erradas. Ao longo da primeira temporada da série, vamos conhecer alguns vilões famintos por poder e que procuram essas armas para fins egoístas.

Todo arco da história centra-se em pelo menos uma das espadas que o protagonista carrega. É uma narrativa simples e fácil de acompanhar o que torna a série fantástica. Sem falarmos das marionetas e das suas personalidades que conferem a esta animação ainda mais qualidade.

O estúdio Pili International Multimedia de Taiwan é responsável pelos fantoches e pelas filmagens. Embora esses bonecos sejam sem dúvida lindos e bem criados, ainda há uma atmosfera não natural em vê-los em acção. É estranho vê-los a movimentarem-se, pois não estamos acostumados a vê-los neste tipo de entretenimento (anime).

Todo o trabalho da manipulação dos fantoches é levado ao extremo. A expressão de um personagem também depende da posição das pálpebras e dos movimentos exagerados de seus corpos. Para conferir ainda mais realismo às cenas eles são auxiliados pelos efeitos da água e de sangue artificial para imitar sinais de emoção e dor. Os movimentos das mãos são especialmente essenciais para transmitir expressões de raiva e paz. Todos os cenários desta série é uma mistura inteligente de surrealismo, com alguns cenários reais e outros criados pelos cenógrafos. É como assistirmos a um mundo em miniatura povoado por bonecos.

Todo este trabalho meticuloso torna a animação mais do que cativante e assim é ultrapassado o “uncanny feeling”, isto para os que estão habituados a verem Tokusatsu. Para os restantes, como dizia o poeta primeiro estranha-se, depois entranha-se.

Mas não pensem que Thunderbolt Fantasy só tem pontos positivos. Talvez o ponto menos bom da série para quem está habituado a ver anime são nomes difíceis de associar a cada personagem. Demora um pouco para aprender os seus nomes pois estão com nomes chineses nas legendas oficiais. Por isso se for mais fácil dêem-lhe novos nomes ou mesmo apelidos ridículos para ser mais fácil lembrarem-se deles. Se quiserem sugestões podem chamar o protagonista de “Grandpa”, a personagem misteriosa de “Vapor Sword”. E também os títulos como o “Enigmatic Gale” são mais fáceis de lembrar do que nomes como “Shā Wú Shēng”.

Resumidamente, Thunderbolt Fantasy está cheio de personagens inteligentes e bem feitas que planejam conspirações diabólicas. O espectador nunca consegue prever o que realmente irá acontecer ao longo da série, pois estão os personagens estão sempre a enganarem-se uns aos outros para benefício próprio. E eles fazem isso tão bem que é quase impossível não gostarmos deles. E sim, o que eles estão a fazer é cruel e feio, mas também é incrível.

Escrito por: Inês Esteves

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