Filho de um professor de sociologia de esquerda, Aida Makoto (会田誠) nasce a 4 de Outubro de 1965 em Niigata. Durante a sua infância e juventude, adorava mangá do estilo “new wave” e por isso decidiu ir estudar para a Universidade Nacional de Belas Artes e Música de Tóquio para se tornar um artista de mangá. É neste período que também começa por admirar alguns nomes de intelectuais e escritores como por exemplo: Makoto Oda, Yukio Mishima e Hideo Kobayashi.
Forma-se na Universidade de Belas Artes e Música de Tóquio com um BFA em 1989 e um MFA em 1991. E no mesmo ano em que termina o seu MFA, Aida apresentou Azemichi (Um Caminho Entre Campos de Arroz), que recebeu elogios da crítica e torna-se rapidamente um dos artistas mais populares do Japão, desde então produz várias formas de arte visual e performance que habitualmente são extremamente controversas. Embora ele seja menos conhecido internacionalmente do que alguns dos seus pares – Takashi Murakami e Yoshitomo Nara – Aida é um dos artistas contemporâneos mais procurados do Japão.
Aida frequentemente retrata cenas grotescas, como podemos ver na sua pintura Blender (2001), que mostra um liquidificador enorme cheio de meninas nuas sendo mortas pelas lâminas. “Nos países desenvolvidos modernos, devido à quantidade de sexo que nos rodeia, as pessoas se tornaram algo como macacos em um zoológico, se masturbando dentro e fora. O que quer que esteja em minhas pinturas é, de certa forma, inteiramente natural, porque as pessoas fizeram essas coisas ”, explicou ele. Aida não pretende com esta obra sexualizar o sexo masculino, mas sim a defender sua inocência contra a crueldade do mundo (cultura japonesa em geral e indústria do sexo).
Mas no seu vasto portefólio (fotografia, escultura e instalação), Aida tem também espaço para abordar outros temas polémicos da cultura japonesa, harikari (suicídio ritual), bombardeiros kamikaze da Segunda Guerra Mundial e mangá. Hoje em dia, as obras de Aida fazem parte das colecções do Museu de Arte Contemporânea de Tóquio, no Museu de Arte Contemporânea da cidade de Hiroshima e no Museu Nacional de Arte de Osaka, entre outros.
Movendo-se livremente de um lado para o outro entre a sociedade e a história, através das fronteiras entre o contemporâneo e o pré-moderno, leste e oeste, o estilo distinto de Aida com contrastes bizarros e críticas contundentes rendeu-lhe um número considerável de seguidores entre pessoas de todas as idades.
A quantidade enorme de participação em exposições nacionais e internacionais das quais podemos destacar: “The American Effect: Global Perspectives on the United States, 1990-2003” (Museu Whitney de Arte Americana, Nova York, 2003), “Roppongi Crossing: New Visions in Contemporary Japanese Art 2004” (Mori Art Museum, 2004), “BELIEF” (Bienal de Singapura 2006), “Bye Bye Kitty!!! Between Heaven and Hell in Contemporary Japanese Art” (Japan Society, Nova York, 2011) e “The Best of Times, The Worst of Times, Rebirth and Apocalypse in Contemporary Art” (Primeira Bienal Internacional de Arte Contemporânea de Kiev, Mystetskyi Arsenal, Kiev, Ucrânia, 2012).
As suas actividades artísticas são extremamente abrangentes, como aconteceu aquando do seu envolvimento no “The Group 1965 (Showa 40 nen kai)”, cujos membros nasceram todos no ano de 1965, e no Alternative Puppet Theater “Gekidan ☆ Shiki”, onde também esta a sua esposa, que também é artista e
Actualmente, Aida vive e trabalha em Kanagawa com a sua esposa, a artista Hiroko Okada e continua a fazer as suas obras provocadoras.
Escrito por: Fernando Ferreira