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Porta do Céu

Deixo, desde já, um aviso: este livro provoca fortes abalos sentimentais!

O melhor é lê-lo com um lenço de papel por perto… Mas vale o nó na garganta que nos deixa e cada lágrima vertida. Porque se trata de uma ode à amizade e, até, à vida! O facto de se tratar de uma história real, vivenciada pela própria autora, com a sua melhor amiga Ri, torna-a ainda mais intensa.

Ri e Naomi são muito amigas e são também a prova do quanto os opostos se atraem. O que uma é arrumada e disciplinada, a outra é aluada e desorganizada. Mas no dia em que a doença bate à porta de Ri, as diferenças desaparecem e Naomi fará de tudo ao seu alcance para ajudar e acompanhar a amiga, desde procurar todo o tipo de informação para ajudar à cura, primeiro positiva e sempre a tentar ver o copo meio cheio, depois derrotada face à evolução e evidências, mas sempre presente.

É esta escalada de dor, de enfraquecimento e perda de faculdades que vamos acompanhando e é realmente muito duro!

O desenho de Naomi Akimoto (秋本尚美) é muito simples, os traços limpos e as expressões fortes, totalmente adequadas à narrativa. Talvez este traço tão elementar consiga transmitir a mensagem ainda com mais força, porque nada nos distrai do ponto fulcral da história.

A mangaka estreou-se em 1980 na revista LaLa, da editora Hakusensha. Ao longo da sua carreira como autora de banda desenhada já publicou mais de 30 séries, entre títulos longos e curtos. Actualmente as suas histórias tem como personagens principais os felinos.

Este mangá publicado pela Sendai Editora revelou-se uma excelente surpresa e, confesso, despertou em mim reacções inesperadas. Porta do Céu destrói o leitor, mas também o faz acreditar na amizade e no amor.
Até sempre Ri!

Escrito por: Maria João Diogo

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