Dois presos condenados à morte por homicídio foram hoje enforcados no Japão, quando se cumpre precisamente um ano desde a última execução naquele país asiático, informou a agência noticiosa japonesa Kyodo.
Além dos Estados Unidos, o Japão é a única nação industrializada e democrática que ainda pratica a pena de morte, cuja aplicação está envolta em secretismo, realizando-se sem aviso prévio dos condenados e testemunhas. As famílias e advogados só são informados depois.
Os executados são Kazuo Shinozawa, acusado de homicídio múltiplo em 2000, e Hidenori Ogata, implicado num duplo homicídio em 2003, de acordo com o ministério japonês da Justiça.
Esta foi a primeira aplicação da pena de morte desde que o Partido Democrático do Japão chegou ao poder, em agosto de 2009, tendo nomeado como ministra da Justiça a famosa abolicionista e advogada, Keiko Chiba.
Chiba, que não tinha assinado até hoje a aplicação de qualquer pena capital, esteve presente nas execuções, de acordo com a Kyodo.
A sua chegada ao ministério da Justiça trouxe grandes expetativas às organizações de direitos humanos, como a Amnistia Internacional, que hoje lamentou profundamente as execuções.
A última vez que o Japão tinha aplicado a pena de morte foi a 28 de julho de 2009, quando três homicidas foram enforcados, numa altura em que o Partido Liberal Democrático se encontrava no poder.
Fonte: Lusa