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Jisatsu Circle

Depois do sucesso de Ringu, o Japão vê nascer uma nova vaga de cinema de horror, ainda mais perturbante e estranho. Nesta nova vaga aparece “Jisatsu Circle”, um filme de Sion Sono, e que mais tarde teve uma versão em formato manga desenhado por Usumaru Furuya.


O manga “Jisatsu Circle” que em português podemos traduzir como “O Círculo do Suicídio” conta-nos uma história diferente do filme, ou melhor conta-nos uma história paralela ao filme. O tema do manga não podia ser mais explícito, o suicídio.

Na comunidade manga/anime a palavra “circle”, tem como significado um grupo de fãs de manga ou anime, o correspondente aos grupos de escola que temos; ou então um grupo de pessoas que publicam doujinshi (fanzines). Mas normalmente, “circle” significa um grupo de pessoas que partilham mesmo hobbie.

Jisatsu Circle é um “seinen” manga (manga para adultos, sem que seja obrigatório ter conteúdo sexual), que nos mostra a crítica à cultura e o universo “otaku”, em formato de “thriller” psicológico e obriga-nos a fazermos uma profunda introspecção dos jovens japoneses.


Kyoko e Saya foram amigas desde a infância e partilhavam tudo entre elas até mesmo os seus diários. Não existiam segredos entre elas. Mais tarde, o pai de Saya foi hospitalizado e é nesta altura que o comportamento de Saya se altera completamente: atitudes estranhas, comportamentos inadequados…

Com o passar do tempo a eterna amizade vai-se perdendo de ambos os lados, até que Saya encontra Mitsuko-san; a líder de um “circulo” grupo que pratica actividades estranhas. Alguns meses mais tarde o clube organiza um suicídio maciço em que Saya também participou, contudo sobreviveu o que a torna ainda mais miserável. Qual será a razão para a sobrevivência de Saya?

Simultaneamente um detective investiga a vaga de suicídios em massa que estão a ocorrer entre a juventude japonesa.

Ao longo de seis capítulos a história é contada sem pressas nem facilidades, tornando-a assim brutal e altamente perturbante. Os constantes “flashbacks” de épocas diferentes dão à história e à amizade de Kyoko e Saya um ambiente ainda mais desconcertante.

A arte final não tem nada a ver com o estereótipo do manga, as meninas bonitas de olhos grandes e bonitos cabelos… pelo contrário, os personagens são “feios”. E às vezes metem-nos medo pelas mais variadíssimas razões, quer pelas expressões faciais quer pelas situações em que estão envolvidas.


Um dos aspectos interessantes deste manga é a forma como estão divididos os capítulos. As capas interiores e os separadores dos capítulos são representados por um caderno escolar escrito e desenhado pelas personagens principais. Ainda antes de começar a história, somos confrontados com 3 ilustrações estranhamente belas.

O manga contém cenas bastante fortes para as pessoas mais sensíveis, por isso aconselho-o só para aqueles que gostam do estilo ou para pessoas de estômago forte. Não é um manga para corações fracos.

Autor: Fernando Ferreira

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