Simpática e divertida, Jin Asuka é filha única e vive numa zona suburbana de Tokyo com o pai Jin Kenichiro, um homem de meia idade e empregado de escritório, e com a mãe Jin Atsuko, uma dona de casa. O que ela mais quer é ter uma vida normal como todas as suas amigas da escola, em especial Natsumi (em português, Beleza de Verão) e Midori (traduzindo significa Verde), mas existe algo que a diferencia das suas colegas.
Um dia, suspeitando que o seu pai tinha uma amante decide “espiá-lo” e algo de inexperado acontece. Durante essa perseguição, Asuka encontra uma mulher que depois de uma rápida conversa decide atacá-la. Pouco depois, aparece o pai de Asuka e este faz tudo para salvar a sua filha. Já sem forças, Kenichiro diz a Asuka para ela segurar na Cruz Ankh que lhe tinha oferecido e dizer umas palavras “mágicas”.
A Cruz Ankh ou Cruz Ansata é um simbolo do antigo Egipto que significa vida, e era conhecida entre os egípcios como a chave da vida. A alça oval que compõe o Ankh, sugere um cordão entrelaçado com as duas pontas opostas que significam lados feminino e masculino, fundamentais para a criação da vida. A linha vertical que desce exatamente do centro do laço é o ponto de intersecção dos pólos, e representa o fruto da união entre os opostos.
As referência ao antigo Egipto são imensas, os símbolos, os tipos de armas, os ataques e claro o nome de “guerra” da personagem principal Rozetta que está associado a um fragmento de pedra que foi encontrado nas terras do rio Nilo. A Pedra de Roseta como ficou conhecida foi a chave para a decifração da escrita hieroglifica, que é basicamente pictórica (cada signo/simbolo representa o objecto que significa).
Ainda relativamente às traduções, um dado importante é o nome de familia, Jin, que traduzindo literalmente significa Deus. O nome usa o mesmo kanji em chinês para Jin, por isso o nome do pai da Asuka Jin Kamen Pharaon (ou seja “Deus da Máscara de Faraó”). Nesta série outro aspecto de realçar é que vemos não um herói jovem e bonito, mas sim um “salaryman” de meia idade e mais importante do que isso, um pai.
A relação pais-filhos, neste caso pai-filha não é usual aparecer em séries deste tipo. O pai heróico e com uma postura sempre nobre tenta a qualquer custo proteger a sua filha, mas ao mesmo tempo, ela também esta condenada ao mesmo destino que ele e ambos vão ter que lutar para parar com os ataques dos monstros e seres aleanígenas que querem destruir a humanidade.
Ao longo dos 13 episódios outras pequenas histórias divertidas ou dramáticas vão acontecendo a ela, às suas amigas e à sua família dando à série um “movimento” narrativo interessante. Apesar de algumas das cenas de luta serem fracas, o balanço final é positivo. De qualquer forma, os personagens e o bom argumento ajudam a que as más cenas de luta passem despercebidas.
Do elenco desta série fazem parte alguns artistas importantes como é o caso de Ushio Tetsuya (o pai da Asuka) e que nos anos 80 representou o papel de Dan Shimaru em Lionman. Apesar de não ser uma modelo de topo no Japão, Yoshii Rei ficou responsável pelo papel principal Jin Asuka (Kamen Tenshin Rozetta) e talvez tenha sido este o papel que lhe deu a fama apesar de ter tido outros papeis em cinema, as suas amigas Kudo Natsumi e Fujisaki Midori são as actrizes Akiko Sugawara e Ayako Honda respectivamente.
A banda sonora também conta com nome conhecido no panorama da música japonesa, tanto o opening como o ending pertencem ao grupo de jrock D-shade, com o tema “I feel you” do album True (1998).
As aventuras da jovem Asuka (Kamen Tenshi Rozetta) foram transmitidas na TV Tokyo e na Television Osaka (sábados e quartas-feiras respectivamente) entre os meses de Julho e Setembro de 1998.
A série está bem conseguida e muitas são as opiniões que Rozetta é um dos melhores tokusatsu dentro do estilo “Heroínas” que até à data foi feito. Para quem não conhece é uma optíma série para começar-se a iniciar neste estilo de entretenimento, para os já fãs de tokusatsu não se vão arrepender de a ver.
Autor:Fernando Ferreira