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YMO: Ultimate Collection

Ultimate Collection of Yellow Magic Orchestra (UC YMO) editada no ano de 2003 é a melhor maneira, para quem não conhece a obra dos YMO, de entender todo o percurso de um projecto que foi precoce na forma como entendeu a música dos finais dos anos 70 e que ajudou a consolidar o que hoje conhecemos como “música electrónica”.

Durante as 34 faixas que mostram o génio de Ryuichi Sakamoto, Harouomi Hosono e Yukihiro Takahashi, existe espaço para o lounge electrónico, as bandas sonoras de jogos e, claro, a faceta mais conhecida do projecto, com a electro-pop muito ‘neo-romântica’, onde é revelada a voz de Chris Mosdell, colaborador dos YMO em “Solid State Survivor”, o segundo album da banda.

Esta colectânea regista de uma forma gradual os passos dados pelo projecto na sua primeira fase de vida, desde a estreia com o album homónimo em 1978 e do influente segundo album, “Solid State Survivor” de 1979, onde é consolidada a fórmula “sintetizador com ‘drum machines’ e baixo”, até aos últimos trabalhos do projecto em 1983, quando já se adivinhava uma maior dispersão dos membros, interessandos em investir mais tempo nas respectivas carreiras a solo.

Embora tudo nesta colectânea seja de alguma forma datado, UC YMO mostra que durante os anos de 1978 até 1983, existia alguém (a oriente) a contribuir para a criação das tendências musicais que marcariam a primeira parte da década de 80 e que Bowie tanto soube “recriar” na altura (não é à toa que é chamado camaleão).

Face a uma “frente fria” lançada pela electrónica dos germânicos Kraftwerk (uma das iniciais influências dos YMO), Sakamoto, Hosono, Takahashi e companhia souberam entender como através das máquinas se conseguiria chegar à canção pop perfeita ou pelo menos tentar, condensado o puro divertimento sonoro recorrente de alguma experimentação, sem nunca negar uma herança musical tipicamente oriental.

O impacto da “formula”, usando “drum machines” e sintetizadores, foi profundo, quer a oriente quer a ocidente, servindo de inspiração para projectos fundamentais na electrónica como os Ultramarine ou os Orbital, e toda a geração “Synth Pop” britânica, contemporânea aos YMO.

Recomendado para quem nunca ouviu os YMO, para quem está interessado na carreira toda de Sakamoto, para ‘game freaks’ com tendências arqueológicas, outros ‘freaks’ ligados à electrónica, revivalistas e, claro, curiosos!

Autor:Nuno Barradas

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