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The Great Yokai War

O que será que acontece à lembrança das coisas que a certa altura abandonamos? Poderá haver aí uma certa mistura de desgosto e talvez alguma raiva? Sendo esse o caso, o que faria um ser presente noutro plano e que não apreciasse muito a presença humana neste mundo…?

Tadashi (Ryonosuke Kamiki foi “seiyuu” em Howl’s Moving Castle e participou em Survive Style 5+) vive com a mãe (Kaho Minami – Godzilla, Mothra and King Ghidorah: Giant Monsters All-Out Attack) e o avô (Bunta Sugawara – Tekken, The Man Who Stole The Sun) numa povoação situada nas montanhas. Aborrecido da vida monótona que leva e com saudades da irmã (Riko Narumi) que vive com o pai (Kanji Tsuda – Zatoichi (versão de Takeshi Kitano), Dolls, Audition) em Tóquio, o rapaz passa os dias com a cabeça no ar. Para animá-lo o avô decide levá-lo a uma festival tradicional, onde ele é escolhido para ser o cavaleiro do Kirin (um ser fantástico que é o defensor da justiça, ajudando os honrosos e castigando os perversos, segundo a mitologia japonesa), e por conseguinte o seu cavaleiro será também o defensor de todos esses ideais.

Tadashi julgará que é apenas algo simbólico, uma brincadeira… até que conhece uns amistosos yokai (criaturas fantásticas do folclore e imaginário japonês) que o colocarão a par do plano do sinistro Lord Sato (Etushi Toyokawa). Apesar da sua forma humana, Sato tornou-se num demónio cheio de raiva e tem em andamento um plano para acabar com a vida humana, usando o Yomotsumano(que é apenas todo o ódio libertado pela própria humanidade) e pervertendo os espíritos de inocentes yokai, transformando-os em grotescas criaturas, meio monstros, meio máquinas cuja único fim é destruir toda a vida existente na terra.

Tadashi quer queira quer não, é o escolhido para travar Lord Sato, mas terá uma feroz adversária em Agi, (Chiaki Kuriama – participou em Ju-On: The Curse, Battle Royale, Azumi 2) a sua leal seguidora que apesar de ser uma yokai dará a sua vida para defender Sato…

Ele contará com Shojo, o espírito do Kirin (Masaomi Kondo), o kappa Kawataro (Sadao Abe – Uzumaki, Kamikaze Girls) e Kawahime, a Princesa do Rio (Mai Takahashi) para o ajudarem numa missão que à partida está condenada, pois o rapaz não está completamente convencido do seu destino assim como os próprios yokai perderam a fé na raça humana há bastante tempo, apenas o esforço e coragem desta irmandade reatará uma união íntima e mística entre o homem e os seres místicos.

“E a vingança não será apenas uma prova de que és…humano?”

Realizado por Takashi Miike e adaptado do livro de Hiroshi Aramata, com a adaptação a cargo do próprio Miike e também de Mitshuiko Sawamura e Takehiko Iwakura.

Um filme engraçado, com bastantes momentos cómicos (com aqueles pormenores inconfundíveis que só o Takashi Miike sabe proporcionar) e acção quanto baste. Tem alguma violência sim, mas para quem conhece os trabalhos anteriores de Takashi Miike (Ichi The Killer, One Missed Call, Audition, Full Metal Yakuza e Imprint, por exemplo, embora já tenha realizado outros filmes mais serenos como Zebraman e City Of The Lost Souls ) … dirá que isto é coisa para crianças (e segundo o que li em alguns fóruns e sites de crítica… este é um filme para entrenimento familiar…).

A banda sonora, que está a cargo de Koji Endo, está bem feita, adequada a um filme de aventuras.

É possível encontrar umas similaridades com o filme “The Never Ending Story”, se pensarmos no que a perda da inocência das pessoas pode criar aos mundos a que nos habituámos desde pequenos… assim como aos seus habitantes.

Autor: Luis Cascales

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