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Street Fighter Alpha

Ryu e Ken Masters são dois exímios praticantes de artes marciais, treinados pelo mesmo mestre e criados como irmãos. No entanto, são pessoas extremamente diferentes uma da outra. Enquanto “Ken” é um jovem descontraído que adora desfrutar as coisas boas da vida, o circunspecto “Ryu” vive apenas para a luta, tentando arduamente elevar a sua técnica para um nível perfeito.

“Ryu” consegue dominar o grande poder conhecido como “Hadou”, mas ao mesmo tempo começa a surgir dentro do seu ser, o contraponto negativo da técnica, o “Dark Hadou”. Isto faz com que “Ryu” se possa tornar, em potência, um ser maléfico.

Quando o mestre de “Ryu” e “Ken” é assassinado por “Akuma” (“Gouken”), os dois voltam a reunir-se, tendo em vista a vingança. Contudo, um acontecimento inesperado sucede com a chegada do pequeno “Shun”, que afirma ser o irmão mais novo de “Ryu”.

“Ryu” sente o poder do “Dark Hadou” a crescer dentro de si, e a consumi-lo aos poucos. Este facto aliado à permanente dúvida em relação à veracidade das afirmações de “Shun”, fazem com que a vida do herói não se afigure nada fácil.

A situação descamba completamente quando “Shun” é raptado por um misterioso inimigo. Tal constitui o mote para “Ryu”, auxiliado por “Ken” e “Chun Li”, uma agente da Interpol que tenta infiltrar-se na organização mafiosa “Shadowlaw”, iniciem uma perigosa viagem que marcará para sempre as suas vidas.

Já anteriormente tinha dissertado um pouco acerca da grande importância que os jogos da saga “Street Fighter” da Capcom tiveram e porventura ainda demonstram no mundo dos videojogos, tendo marcado uma geração inteira de adolescentes da qual orgulhosamente há uns anos fiz parte. Para quem gostasse de computadores, de diversão e luta, “Street Fighter” era indubitavelmente a melhor solução que eventualmente se poderia arranjar, ao contrário dos tempos de hoje, em que existe um verdadeiro manancial de jogos do estilo para todos os gostos e feitios.

É pena que os animes que se fizeram para honrar esta lenda dos videojogos, tivessem sempre ficado bastante aquém das expectativas, e, à semelhança do que foi aqui escrito acerca de “Street Fighter II – Animação”, este “Street Fighter Alpha” consegue em certos aspectos ser ainda pior.

Desde logo, o que me desiludiu de sobremaneira foi a própria animação. Reconheço que ela é de certa forma inovadora, e que talvez seja a minha estranheza perante tal facto que me leva a proferir tais afirmações, mas definitivamente não gostei. As personagens foram desenhadas com linhas muito fortes, sem sensibilidade nenhuma, e com certas desproporções na sua própria constituição. Observem por exemplo o pormenor do exagerado tamanho dos pés de “Ryu” ou de “Ken” e percebem logo o que eu estou a dizer. Não há beleza quase nenhuma no “design” das figuras, com uma única honrosa excepção, que se reconduz a Chun Li. Neste particular, acho que a agente da interpol ficou mais bem caracterizada neste anime do que no outro da série já aqui revisto. Não pretendo com isto dizer que o estilo de desenho, nomeadamente a mencionada desproporção dos membros, não seja comummente usada nos animes. Mas frequentemente quando isso acontece, visa acentuar certos aspectos pessoais das personagens, como por exemplo a comicidade. No filme que ora se fala, não encontro razões para tal acontecer. Julgo ser uma questão pura de experimentação.

Continuando na animação, o aspecto que achei verdadeiramente mau, foi o próprio “Ryu”. Supostamente esta personagem, a principal da estória, é japonês. Mas quem observa atentamente, consegue perceber que ele foi desenhado quase em tudo para parecer um ocidental. Chega a ser extenuante tentarmos perceber se de facto é a nossa imaginação que nos está a trair, mas caros amigos garanto-vos que não. Supostamente, sendo “Street Fighter Alpha”, uma prequela a “Street Fighter II”, ocorrendo o enredo quatro anos antes, é suposto que se tente fazer com que “Ryu” pareça mais imberbe. Mas o que verdadeiramente se conseguiu foi destruir um pouco a própria identidade de “Ryu” e não me parece que haja algo que me faça mudar de ideias quanto a isto.

Os fãs de acção certamente não irão ficar desludidos, pois “Street Fighter Alpha” possui excitantes combates, que conseguem nos prender de certa forma. As perspectivas das lutas são evidenciadas com muita fluidez e de vários ângulos distintos, o que nos permite apreciar condignamente alguns golpes, que tantas dores de cabeça nos deram para conseguir executá-los na consola.

No entanto, convém alertar que existe um maior pendor filosófico em “Street Fighter Alpha”, do que no anime antecessor. Várias das cenas que nos são dadas a ver transmitem essencialmente a angústia de “Ryu” pelo facto de se sentir consumido pelo mal, e por vezes nada poder fazer. O drama é profícuo, essencialmente rodando em torno da estória da família do lutador japonês intimamente ligada ao irmão mais novo “Shun”, assim como é reflectido quanto baste a tragédia pessoal de Chun Li em relação à morte do pai. Simplesmente ficamos com a sensação que por vezes existem cenas que não fazem sentido nenhum, e que redundam em estrondosos falhanços de natureza “bera” e pseudo-sentimentalista.

Um último alerta cumpre aqui deixar. Não estejam à espera de ver personagens como M. Bison, Sagat, Balrog, Guile, Honda e afins, pois os mesmos não fazem parte deste segmento da saga “Street Fighter”. Mesmo assim, terão oportunidade de ver o gigante soviético Zangief em acção!

É meu vivo conselho que se algum dia decidirem visionar “Street Fighter Alpha”, não deverão gerar expectativas desmesuradas, pois a quantidade das mesmas será reflectida posteriormente em desilusão…

Nada de especial!

Autor:Jorge Soares in http://shinobi-myasianmovies.blogspot.com

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