A cidade de Tóquio é um dos locais no mundo onde as grandes revistas de moda e tendências têm os seus olheiros, usando uma terminologia futebolistica.
Harajuku é um desses locais onde podemos encontrar modas tão extremas quanto estranhas e grupos sociais dos mais variados. Das Ganguro às Gothic Lolitas tudo é permitido. É sabido que a moda no Japão destaca-se por iniovar, onde facilmente um mero objecto do dia-a-dia pode-se transformar num acessório indispensável para se estar na moda, basta para isso uma figura pública, um desenho animado ou uma idol usá-la.
Há uns anos atrás em Akihabara (a cidade eléctrica) e o paraíso para qualquer otaku vê nascer uma nova moda/estilo de representação de algumas das idols. Jovens passeiam pelas ruas com ligaduras, vendas nos olhos e pensos, como se estivessem feridas. A esta nova tendência deram o nome de Kegadoru, palavra aglutinada de kega (lesão) e idoru (idolo), que podemos traduzir para português como idolo lesionado.
Para muitos pode parecer estranho, mas quem está familiarizado com o unicerso do anime facilmente se lembrará quem em 1995 Ayanami Rei (neon genesis Evangelion), uma das personagens mais carismáticas da animação japonesa, usou uma ligadura vendando um dos olhos, por isso, esta moda pode ter começado por essa altura, numa primeira forma como cosplay e aos poucos foi-se tramsformando numa autêntica moda, tornando as ligaduras, os pensos e as vendas num acessório essencial.
Nada é deixado ao acaso. Aparentemente também as cores das ligadoras têm o seu papel nesta moda. O branco simboliza a castidade e a virigindade e o preto como sempre é sinónimo de lado negro da moda.
Para os psicólogos, esta nova faceta feiticista do mundo otaku é uma evolução normal. Com efeito, desde do aparecimento dos otaku, a mulher sempre foi representada como frágil e fraca. Inicialmente lolita, e agora aleijada. Na história recente dos otaku, os homens sempre tiveram o bonito papel: mestre e protector.
Escrito por: Fernando Ferreira