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Ryoko Ikeda

É a mais velha de uma família de quatro irmãos, e desde sempre gostou de música e manga. Nasceu durante o Período Showa (que abrange os anos de 1926 a 1989) na segunda maior cidade japonesa, Osaka e no ano em que foi fundada a Nintendo.

Ryoko Ikeda teve uma infância normal e iniciou os seus estudos em Filosofia na Universidade de Tóquio, mas decide aproveitar o seu gosto pelo desenho e algum talento para começar a dedicar-se à sua maior paixão, o manga sem que tivesse uma formação prévia. Estreou-se em 1968 com o manga “Ai wa Eiene” na revista Margaret, publicação esta que editou a maioria das suas obras. Em 1973, deixa a universidade para dedicar-se totalmente a manga.

Foi uma das pioneiras a usar um tema histórico para desenvolver o seu trabalho, que recolheu os seus frutos com a publicação de “Berusaiyu Bara” (conhecido por estes lados, como A Rosa de Versalhes), também publicado pela Margaret. Embora o seu público alvo fossem os adolescentes, a alta qualidade do seu trabalho foi imediatamente reconhecido e conseguiu captar a atenção das tão bem sucedida que transpareceu captar o interesse das mulheres de todas as idades.

Nos seus manga posteriores convêm destacar os títulos Oniisama e 1973 (que tiveram versão animada em oito anos mais tarde), e também as obras onde o conteúdo histórico é utilizado e dá uma mais valia ao manga: “Orufeusu no Mado” (A janela de Orfeu) uma saga que tem a sua acção durante a Revolução Russa e com o qual ganhou o Nono Manga concurso organizado pela Associação de Ilustradores Manga do Japão e ainda, “Jotei Ecatherina” e “Eikou no Naporeon: Eroik!” onde podemos encontrar Napoleão Bonaparte como personagem principal e em alguns personagens secundários de Berusaiyu Bara.

Além destas obras Ikeda criou mais de uma dezena de manga todas com relativo sucesso. Em Abril de 1996 inicia os estudos musicais na Universidade de Música em Tóquio e retoma a sua maior vocação que tinha deixado em detrimento da criação de banda desenhada. Dois anos depois de se ter licenciado em canto lírico, Ikeda grava dois discos como soprano ligeiro intitulado “*Uta wa Utsukushikata Ovoide E Bonbori*” (2003) e “*Parfums Musicaux de Versailles*” (2005). Este segundo cd sai no Japão por altura das comemorações dos 250 anos do nascimento de María Antonieta, uma grande apaixonada pela música de câmara e uma vez mais a vida destas duas mulheres volta a cruzar-se.

É, sem dúvida, uma das autoras mais importantes do “shoujo manga” no Japão, foi uma das pioneiras no uso de temas históricos nos seus mangas e trabalhar deixou uma profunda impressão em seu país.

Paralelamente à carreira de mangaka e cantora lírica, Ikeda também experimentou a escrita. Começou a escrever no inicio dos anos 90, quando decidiu escrever “History of comics and Culture”, onde explicava aos seus fãs o seu processo criativo artístico e narrativo da sua obra principal obra, “Versailles no Bara”. Escreveu imensos ensaios, mas o mais importante e que é continuamente impresso sempre que acaba uma edição é um texto em que Ikeda explica é preciso continuar a sonhar e a empenhar-nos nos nossos projectos e alcançarmos os objectivos que traçamos, mesmo depois dos 40 anos. E quem melhor do que ela para dizer isto, uma mulher que depois de passar a barreira dos 40 anos conseguiu concretizar vários sonhos de criança.

A esta lista não podía faltar também a voz de “actriz”. Em 1983, Ryoko Ikeda foi chamada para dobrar a parte do narrador no filme de Chris Market, “Sans Soleil”.

Mais tarde e durante um período de tempo Ikeda deixa de desenhar mas continua a editar e a ser “autora” de manga mas apenas como argumentista, assinando os seus trabalhos como Ikeda Productions. Um desses títulos foi “Nieberung Yubiwa” (O Anel dos Nibelungen em 2001), ilustrado por Erika Miyamoto, uma autora com um estilo bastante influenciado pela sua mestre Ikeda.

Recentemente Ikeda voltou a desenhar, e o projecto “Ver-Bara Kids” é o mais recente trabalho. O sucesso foi enorme que esgotou na primeira edição em poucos dias e foi a prova para continuar a desenhar neste projecto. E a prova é que são lançadas novas vinhetas online onde personagens de “Versailles no Bara” se misturam com os de “Jotei Ekaterina” e de “Eikou Naporeon: Eroika!”.

Escrito por: Fernando Ferreira

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