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Death Note: The Last Name

“Death Note: The Last Name” é a continuação do filme “Death Note”, anteriormente criticado neste espaço (para ler o escrito ir AQUI). Pelo exposto, o texto abaixo contém pormenores essenciais da trama da primeira película, pelo que só deverá prosseguir caso tenha visionado aquela obra.

“Misa Amane” (Erika Toda), uma famosa estrela da TV Sakura e ídolo dos jovens japoneses, encontra-se a ser perseguida por um fã alucinado que a pretende assassinar. Quando já não parece haver fuga possível, o homem morre inexplicavelmente de ataque cardíaco e um estranho caderno de notas aparece vindo do nada. Mal “Misa” toca no objecto, depara-se perante o Shinigami “Rem” (Peter), o deus da morte que é o dono do caderno de notas.

Entretanto, “Light Yagami” (Tatsuya Fujiwara) consegue os seus propósitos ao entrar para a equipa especial que investiga o misterioso assassino “Kira”, liderada por “L.” (Ken’ichi Matsuyama). Uma nova sucessão de mortes de criminosos sucede, que apanha de surpresa “Light” e os restantes, e cedo se descobre que existe uma personagem denominada “Kira 2″.


“Misa” acaba por se revelar a “Light” como sendo “Kira 2”, e apaixona-se por ele. “Light”, o “Kira” original, embora relutante, acaba por juntar esforços com a rapariga. Auxiliados pelos seus Shinigami, ambos diligenciam na morte de “L.”. No entanto, é imperioso descobrir o verdadeiro nome do genial investigador.

Na conclusão do texto acerca de “Death Note”, alertei para o facto de ser fulcral visionar igualmente este “Death Note: The Last Name”, pois só assim o espectador ficará com uma noção completa da história. Caso assim não se proceda, quem espreitar apenas “Death Note” ficará com um sentimento de incompletude, não havendo um epílogo propriamente dito. Por outra via, quem perder “Death Note” e entrar directamente em “Death Note: The Last Name”, sentir-se-á confuso pois não conseguirá entender muitas das premissas do filme. A explicação passará por um ser a continuação do outro, não podendo desta forma serem observados de uma forma isolada. Não é inocente o facto de ambas as longas-metragens serem do mesmo ano, assim como a segunda parte ter sido realizada três meses depois. Atendendo a este factor, a história de “Death Note: The Last Name” começa exactamente onde “Death Note” acaba.

Comparativamente ao primeiro filme, “Death Note: The Last Name” foca-se mais na contenda entre “Light” e “L.”. Este aspecto torna-se perfeitamente natural face ao evoluir da história, porquanto na primeira parte, o que estava mais em causa era a adaptação de “Light” à sua nova condição de “deus do novo mundo” (expressão que o rapaz usa para se auto-designar) e a permanente descoberta dos poderes do seu caderno de notas.

É certo que “L.” já detém um papel preponderante, pois a caçada ao homem que mantém conhece alguma evolução. Contudo, é no filme que ora se analisa que verdadeiramente começa a sério o confronto de titãs, ilustrado numa guerra intelectual e psicológica quase incessante, onde cada um dos oponentes está quase sempre a preparar armadilhas e a lançar rasteiras um ao outro. Torna-se interessante, embora com algumas falhas argumentativas mais evidentes, observar o duelo cerebral entre “L.” e “Light” e toda a envolvência que daí resulta. O jogo do gato e do rato assume aqui o seu apogeu, com muitos avanços e recuos que têm a potencialidade de prender a atenção do espectador.


Os aspectos mais visuais, interpretativos e musicais mantêm-se essencialmente semelhantes aos primeiro filme, com algumas bem-vindas adições. O “cast” é praticamente o mesmo, havendo apenas a entrada relevante da actriz e ídolo pop japonês, a bela Nana Katase. Erika Toda tem bastante mais minutos, atendendo ao desenrolar da trama, onde aqui assume um papel determinante. A nível de interpretação, talvez seja de relevar Ken’ichi Matsuyama que tem a oportunidade de desfilar com mais sentimento as pouco peculiares características de “L.”, conseguindo momentos de verdadeira alucinação.

É uma personagem que enfatiza bastante o provérbio “de génio e louco, todos nós temos um pouco”. “L.” tem muito de génio, e possivelmente bastante mais de louco. Surge um novo Shinigami chamado “Rem”, visualmente bem elaborado à semelhança de “Ryuk” e que coexiste com este, embora com características psicológicas bastante distintas. “Ryuk”, o deus da morte de “Light” não parece interessar-se bastante pelo seu protegido, demonstrando ser uma personagem mais cínica e sarcástica. “Rem”, pelo contrário, revela ser bastante protector em relação a “Misa”, devido a factores que aqui não posso revelar, sob pena de cometer um grave “spoiler”. A nível do som, se em “Death Note” os Red Hot Chili Peppers tinham cedido a sua música “Dani California” para o genérico, aqui participam na banda-sonora com “Snow”, contribuindo ainda mais para a aura juvenil desta longa-metragem.


“Death Note: The Last Name” revela ser um filme quase à altura do seu predecessor, pois mantém praticamente todas as características que definiram “Death Note” como uma das mais bem sucedidas obras japonesas dos últimos anos. Contudo, e principalmente a nível da trama, está uns furos abaixo do que se pedia, fazendo com que não seja um filme tão bem conseguido como o primeiro. O seu epílogo, embora satisfatório, fique um tanto ou quanto além das expectativas. Mesmo assim, e atendendo à época que presentemente está a decorrer, não deixa de ser uma boa prenda de Natal. Especialmente se conseguirmos obter as maravilhosas edições especiais em dvd, visualmente bonitas e com bastantes extras, num “dois em um” que enriquece bastante a nossa colecção privada.

A conferir, mas não antes de visualizar o primeiro filme! Fica mais uma vez o insistente alerta!

Autor: Jorge Soares  (http://shinobi-myasianmovies.blogspot.com/)

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