Da capo é um “true love ero game” (um jogo erótico) que não foge do estilo deste tipo de jogos, mas que dentro deste tipo de segmento é sem dúvida um dos melhores. De referir que esta análise é sobre a versão original traduzida pela Manga Gamer logo todas as expansões (e são muitas) não são abordadas aqui.
O “setting” não podia ser mais clássico com a acção a ter lugar numa cidade na pequena ilha de Natsume onde misteriosamente as cerejeiras estão sempre em flor. É este fantástico facto que servirá de fundo para o plot. Também o ambiente escolar estará bastante presente já que todas a personagens centrais são estudantes na mesma escola.
Há que dizer que Da Capo avança lentamente na história, muito lentamente dirão alguns, mas na minha opinião tem a velocidade certa, ou seja, nem corre nem se deixa cair num marasmo infernal.
Os vários “paths” possíveis acabam por ser bastante individuais saindo da história central muito cedo, andando o centro do “plot” principalmente a volta da Nemu e da Sakura estas serão sem dúvida as heroínas centrais e sendo a Nemu irmã da personagem central Junichi Asakura deixo aqui um “incest warning” mas que isto não vos afaste completamente deste “ero game”.
As outras heroínas oferecem boas “storylines” com vários temas, sendo alguns deles os clássicos esteriotipos deste tipo de jogos: a promessa de amor na infância da sempre distraída Moe e da sua energética irmã Mako ou o amor impossível de Miharu (que é o principal elemento humorístico do jog ), e temos ainda na Sakura o já tradicional elemento Loli acompanhado como não podia ser de uma mascote na figura de um pequeno gato e claro a Kotori que serve o papel de heroína perfeita e inatingível.
O sobrenatural, ou seja, a magia é uma presença constante no jogo e em especial na figura da sempre jovem Sakura, mas nunca em doses que faça isto descarrilar em coisas completamente absurdas. Este toque de magia como o poder do Junichi de fazer doces do nada dá ao jogo um toque misterioso e mantém o leitorjogador expectante em relação ao final e há que dizer que em certos pontos o “plot” oferece muitas surpresas agradáveis.
Agora entro na velha questão da luta entre a Nemu e a Kotori como personagens preferidas do público. Eu pessoalmente sou fã da Kotori por que acho que ela é verdadeiramente uma personagem original que foge do espectável embora o seu “path” não seja o mais bem conseguido do jogo. Ela vale pela sua personalidade que está muito bem construída. A Nemu por outro lado, fica demasiado naquela situação de “overprotective sister” tantas vezes feita e nada original.
O “artwork”visual está bem conseguido nada de radicalmente novo mas acaba por não mostrar o passar dos anos, envelheceu bastante bem tendo em conta que o lançamento original é da Circus em 2002.
Quanto as cenas eróticas e sendo isto um “True love (renai) ero game” é tudo material do mais leve possível nada de chocante (sim há o incesto mas nunca vi isto a ser tratado tão levemente como aqui) tendo cada heroína uma média de duas cenas cada uma. Finalmente a qualidade da tradução está bastante aceitável nada de erros demasiado graves e principalmente nada que nos tire a concentração do jogo.
Autor:Roberto Rodrigues