Foram vistos pela primeira vez na década de 1950, aquando da explosão da indústria automóvel japonesa. Os primeiros Bosozoku eram conhecidos como Kaminari-Zoku (“Tribos Luminosas”). O primeiro grupo a aparecer e que ainda continua no activo são conhecidos como os “Black Emperor”.
Uma das suas particularidades é o de construir ou modificar motas e automóveis da forma mais espectacular e ruidosa que possam, com o único propósito de contaminar acusticamente as ruas num acto de rebeldia. Outra das suas características, são as corridas ilegais durante a noite, à semelhança do filme “the Fast and the Furious”. A única diferença com o referido filme é que a maioria corre só pelo gosto de sentir a adrenalina escorrer pelo corpo em vez de grandes somas de ienes. Nestas competições, existe um líder que controla e conduz os Bosozoku para as respectivas corridas dando o sinal de partida com uma bandeira do Japão Imperial.
Por ser um grupo de rebelde, é comum vê-los a não cumprir as regras de estrada. Mudarem de faixa, passar sinais vermelhos e não cumprirem os sinais de trânsito são algumas das atitudes desta tribo urbana. Obviamente, não têm um limite de velocidade e são constantemente perseguidos pela polícia.
Estes carros são modificados frequentemente com grandes tubos de escape e pintura brilhante. Também são populares os radiadores de óleo ou os turbo compressores altamente polidos, e que geralmente são montados numa posição de destaque no pára-choques dianteiro. Também os gangues das motas, compartilham o mesmo interesse em modificações (muitas vezes ilegal) das suas máquinas, como remover os tubos de escape de modo a que faça o maior ruído possível.
O estereotipo de um Bosozoku é muitas vezes retratado, e mesmo caricaturado, de diversas maneiras nos vários média japoneses, como no anime, manga ou filmes. É típico ver-se um Bosozoku vestido com um uniforme do estilo macacão usado pelos mecânicos, outros usam um tokko-fuku, um tipo de casaco militar com “slogans” militaristas em kanji.
As máscaras cirúrgicas também são uma das características dos Bosozoku, talvez para esconderem as suas identidades, embora este tipos de máscaras são também usadas por quem sofre de alergias, no Japão, especialmente durante o outono. Os óculos de sol, as fitas na cabeça com palavras de ordem de batalha e um penteado com um estilo “rocker” fazem o resto da indumentária Bosozoku.
Tanto no manga como no anime podemos encontrar algumas personagens que identificam esta tribo urbana. Talvez o exemplo mais conhecido seja o clássico Akira, obra de Katsuhiro Otomo, o carismático professor Eikichi Onizuka da série G.T.O (Great Teacher Onizuka) que antes de ser professor tinha sido um Bosozoku, ou ainda a Anna Tsuchiya no papel de “Ichiko” em Shimotsuma Monogatari (Kamikaze Girls, na versão em inglês).
Alguns Bosozoku são recrutados pelos Yakuza para incomodar durante a noite os negócios ou lojas que se recusam a pagar “proteção” aos Yakuza locais, enquanto de dia andam de altifalantes enormes com mensagens de ultra direita e música colonial.
As mulheres são alcunhadas de “Ladies” e vestem-se praticamente da mesma maneira que os homens mas com um “look” mais feminino, com cabelos longos e muitas vezes pintado, botas de salto alto e maquilhagem excessiva. Quando se retiram do grupo casam-se e são apelidadas de “Yankee”.
As mulheres vestem-se praticamente da mesma maneira que os homens mas com um “look” mais feminino, com longas e muitas vezes cabelo pintado, botas de salto alto e maquilhagem excessiva.
Apesar de ser uma tribo essencialmente masculina, também existem algumas mulheres Bozosuku, mas o seu número é muito menor e geralmente têm um grupo à parte do dos homens. A razão para este tipo de grupo ser maioritariamente masculino é que estes são a primeira escolha para os Yakuza (a máfia japonesa) na hora de recrutar novos elementos.
Escrito por: Fernando Ferreira