Sendo o Japão um país conhecido pela sua animação, as iniciativas para impulsionar e apoiar novos realizadores e estúdios independentes não faltam. O “Anime Innovation Tokyo” é uma dessas iniciativas e Cencoroll foi um dos animes apoiados no ano passado (2009).
A semelhança do ínício da carreira de Makoto Shinkai também Uki Atsuya trabalha sozinho. Cencoroll é a adaptação do seu manga vencedor em 2005 do prémio “Afternoon Shiki”, um dos mais prestigiosos concursos de manga no Japão para a versão animada.
Na cidade de Sapporo, região de Hokkaido, vários monstros vão aparecendo com alguma frequência. Um desses monstros anaformico é controlado por um rapaz chamado Tetsu que o transforma na sua mascote e lhe dá o nome de Cenco.
A criatura gigante que pode tomar a forma que quiser, bastando para isso comunicarem telepaticamente. Esta comunicação é tão forte que usam-na para combater outros monstros gigantes e mal encarados. Tetsu preferia andar sozinho, mas uma estranha rapariga chamada Yuki acaba por descobrir este segredo entre Tetsu e o seu amigo.
Mas as surpresas não acabam aqui. Outro rapaz misterioso aparece também com a sua mascote que parece um polvo com o corpo em forma de disco, e tem como habilidade ficar invisível. Este desafia Tetsu e seu monstro para uma batalha, onde quem vencer perderá o seu monstro de estimação.
Este anime ao início pode parecer mais um daqueles filmes cheio de criaturas que lutam usando todos aqueles clichés, e vão aparecendo ao longo da história, mas o filme vai mais longe ou pretender ser mais do que isso, tornando-o num filme com uma história mais acessível e realista do que se poderia imaginar ao príncipio.
Atsuya consegue dar caracterizar os personagens maravilhosamente dando-lhes caracter com uma carga humana e psicológica que não é comum vermos em adolescentes. Estes adolescentes não são heróis nem o pretendem ser. Aqui são participantes desta luta como um simples hobby de adolescente.
Cencoroll é uma espécie de exercício experimental, onde Atsuya consegui demonstrar e desenvolver o seu talento como realizador. Mostrou-nos uma história imaginativa, personagens carismáticos, uma banda sonora bem escolhida a cargo de Supercell, que ficou conhecido pelo tema de encerramento de Bakemonogatari, e quem em se Cencoroll aparece com um tema techno instrumental para tema de abertura e para o tema final “Love & Roll”.
A animação também é uma agradável surpresa quando sabemos que tudo isto é feito apenas por uma pessoa. Está atractiva e tem alguns aspectos inovadores. Sem dúvida, que é um “teste” para futuros vôos e quem sabe com outras disponibilidades logisticas e financeiras.
Sentem-se algumas influências do anime “Paprika” e da surpreendente série “Denno Coil”, por isso, Cencoroll tem tudo para se poder transformar numa pequena jóia no panorama actual da animação japonesa. Um anime para ver sem hesitações.
Autor:Fernando Ferreira