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Ryokan

As pousadas japonesas (ryokan) são locais muito apreciados no Japão e que proporcionam aos turistas uma excelente oportunidade de conhecer o estilo de vida japonês.

A origem deste tipo de habitação remonta ao período Nara, nessa altura eram eram humildes casas de descanso gratuítas e eram denominadas por “fuseya”. Só no Período Edo (1750) é que surgem oficialmente as “ryokan” devido ao enorme trânsito de pessoas que passavam por Tokaido, a antiga região japonesa situada na costa sul de Honshu, e a principal estrada entre Edo (nome da antiga Tóquio) e Quioto.


Nas ryokan que normalmente são escolhidos pelos estrangeiros que visitam o Japão, têm quartos cobertos com “tatami” que é o piso tradicional japonês feitos em palha de arroz, com uma medida muito específica. Aliás, antigamente, quanto maior a quantidade de tatami no chão, maior a riqueza do proprietário. A única mobília é uma mesa baixa, zabuton (almofadas para sentar), um tokonoma (pequeno espaço onde se colocam alguns objectos decorativos. Estes quartos tem portas de correr de papel de arroz, as “shoji” e um “engawa”, uma plataforma ao nível do chão que dá para o jardim. Dorme-se num “futon” (colchão japonês), que está guardado num “oshiire” e que previamente desenrolado pela empregada atribuída ao nosso quarto.

Grande parte das ryokan têm uma sala de banho comum, existindo a separação de sexos. É ‘comum’ no sentido em que não é só para uma pessoa: de um lado é para todas as mulheres e do outro é para todos os homens. São autênticas estações termais, as salas de banho. Tratando-se de salas de banho de uma ryokan e não das públicas, chamam-se “onsen” porque, na verdade, são nascentes termais e as ryokan é que se construíram à volta destas por isso é natural vermos pedras e a vegetação nestas “mini-piscinas” de àgua a escaldar.

As ryokan funcionam em regime de meia pensão: o jantar é um festim de delícias locais e depois um simples pequeno-almoço tipicamente japonês. As refeições são servidas nos quartos e, quando se termina, a nossa empregada, sempre de quimono tradicional, levanta a mesa e depois desenrola o futon.


Cada quarto fornece um “yukata” ou quimono ‘de andar em casa’ feito de algodão, com motivos azuis e brancos. Muitos hotéis também os têm nos quartos.

Mesmo um estrangeiro, tem que respeitar as regras dos chinelos e do banho: tem que se retirar o calçado ao entrar na ryokan e calçar os chinelos que lá estão; dentro do quarto apenas se pode andar descalço para não estragar os tatami, por isso os chinelos ficam à porta do quarto; na sala de banho comum, também temos que nos lavar em primeiro nos pequenos bancos disponíveis e só depois é que podemos ir para as banheiras.

As salas de banho japonesas são mais lugares de relaxamento do que propriamente de higiene pessoal: as pessoas ficam horas a conversar mesmo que se trate de um estranho, enquanto imergem nas várias banheiras quentíssimas. Em algumas também existem as salas mistas: todos têm que usar uma toalha a tapar as “partes” ou um yukata, conforme o sítio.

As “ryokan” são dirigidas pelas Okami, que geralmente é uma mulher. A sua função é esperar, atender os hóspedes e cuidar de todas as actividades relacionadas exteriores à “ryokan”, como os negócios e a sua relação e cooperação com a comunidade. Depois temos o gerente (normalmente homem) que em conjunto com a Okami, é responsável pelo mantimento da ryokan, mas que não possui tantas oportunidades de manter contacto directo com os hóspedes e por fim existem as Nakai-san ou jochu-san (empregadas) que ficam encarregues de vários quartos e ajudam os hóspedes no que eles precisarem.


Outro tipo de alojamento são os “minshuku”, equivalente ao quarto de hóspedes. Em geral é um estabelecimento familiar que aluga os quartos da casa dos proprietários, muitas vezes em locais turísticos. É uma solução original para quem tem pouco dinheiro à disposição, além de ter a vantagem de aprofundar a vivência do dia-a-dia de uma família japonesa. Claro, não são nenhum luxo e não se trata de um serviço profissional. Um quarto num minshuku pode custar entre os (6500 yen=42€) e os (9000 yen=60€), com meia pensão de cozinha familiar.

Actualmente, existem à volta de 65.000 ryokans, das quais 1.685 pertencem à Japan Ryokan Association ( www.ryokan.or.jp/index_en.html ). Embora os preços variem muito, considerando que existem ryokans de luxo, os preços encontram-se entre os 12000 iene (=78€) e os 20000 yen (=130€) por pessoa, com meia pensão, fora as taxas e o serviço. Quem tenha o dinheiro mais contado pode sempre ficar numa pensão: existe o Japanese Inn Group que se especializa em acolher turistas estrangeiros.

Autor: Inês Ribeiro

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