Não estava no topo das minhas prioridades e como estamos em mês de estreias e é necessário jogar com o calendário para conseguir acompanhar umas e colocar outras em dia, porém não podendo ignorar a relativa boa recepção que a série BNA: Brand New Animal (ビー・エヌ・エー) teve no Japão – nota no MAL 7.62 a data do artigo e com a sua chegada a Netflix, reconsiderei.
A sinopse é simples e fácil de entender, na terra existem os humanos e os animais-humanos – que são seres que se podem transformar em animal com traços humanóide.
Michiru Kagemori – uma humana, que um dia transforma-se em cão-guaxinim japonês, sem que nada o fizesse prever – foge para “Anima City”, cidade dos animais-humanos, e lá conhece Shirou Ogami, um homem-lobo, protetor da cidade e dos seus habitantes mas que odeia humanos.
Com o passar das situações e com a ajuda de Shirou, Michiru vai sendo absorvida pela hospitalidade, estilo de vida e preocupações dos animais-humanos, mas também vai se apercebendo da corrupção da cidade enquanto tenta entender o porquê de se ter transformado em um animal-humano.
Apesar da simplicidade da história não deixa de ser interessante a forma como é trabalhada e apresentada. Logo desde o primeiro episódio a série está em volta de mistério e humor, e mesmo que não seja preciso muito para nos apercebemos de quem é quem, ela consegue nos manter atentos, tanto pelo carismas dos personagens como pelas cenas de luta, que são abundantes e bem conseguidas, com exclusão da última – na minha humilde opinião.
É de referir que apesar dos pontos fortes na narrativa, ficou a faltar profundidade e respostas em alguns aspectos, teria sido interessante abordar mais o preconceito que os humanos nutrem sobre os animais-humanos e desconstruir personagens secundárias mas com potencial para trazer algo mais à história.
Brand New Animal estreou em Abril no Japão tendo chegado este mês a plataforma de streaming Netflix e conta como apenas 12 episódios. A animação ficou a cargo do estúdio Trigger, que anunciou recentemente estar a trabalhar no anime “Cyberpunk: Edgerunners” e a direcção a cargo de Yoh Yoshinari (director de Little Witch Academia).
Um dos pontos mais fortes deste anime, está sem dúvida no trabalho de arte. O estilo das personagens e a ambientação fazem lembrar “kill la Kill” com o seu desenho mais cartoonizado embora as cores e a animação lhe confiram um cunho próprio. A animação é irrepreensível não tendo nenhum aspecto negativo a apontar.
No que diz respeito à equipa de seiyuu, as vozes dos personagens principais foram entregues a Sumire Morohoshi (Michiru Kagemori) e a Yoshimasa Hosoya (Shirou Ogami), enquanto o artista mabanua (kids on the Slope, Megalobox) ficou encarregue de compor a música.
Em jeito de conclusão, BNA: Brand New Animal (ビー・エヌ・エー) é um anime a se ter em conta, mas não contem com uma obra prima.
Como pontos negativos aponto algumas perguntas sem resposta e um embate final que mais parece ter sido feito às pressas, dado a falta de espectacularidade que se espera em um momento desses, apesar disso temos uma história interessante, humor, o desenho e a ambientação, uma das melhores entradas que vi este ano e a banda sonora recheada de músicas energéticas e alegres, que podem inclusive, ouvir no Spotify.
Escrito por: Filipa Neves