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Children Who Chase Lost Voices

Nada resume melhor o filme Hoshi o Ou Kodomo (A Viagem para Agartha) do que a citação “Vem, Asuna, numa viagem do que significa dizer adeus”. Este filme de animação japonesa de 2011, recebeu uma nomeação para o Prémio de Melhor Filme de Animação, na 5ª edição dos Asia Pacific Screen Awards.

Podemos inseri-lo dentro do estilo do monomito e aborda vários temas que convidam à reflexão do espectador, nomeadamente o da vida e o da morte. A narrativa acompanha a jovem Asuna numa viagem a uma terra mítica, Agartha, onde os deuses antigos se retiraram juntamente com alguns humanos, há séculos atrás.

Movida pela solidão e pela dor, é acompanhada por personagens com percursos de perda semelhantes ao seu. Ao longo do caminho até Finis Terra (o portão da vida e da morte) Asuna é desafiada por acções que a forçam a aprender a abraçar o seu sofrimento ou a sucumbir perante ele.

A música e a vibração provocada pelo som é um outro assunto que merece ser destacado, já que é de especial importância no filme. Esta acaba por ser um ponto de união entre a própria vida e a morte.

Os seres de Agartha, divinos ou humanos, cantam uma melodia embutida de todas as suas memórias para que estas se possam misturar com o mundo dos vivos, através das vibrações. Por sua vez, este som altera e funde-se com o mundo físico, assegurando que dessa forma as memórias dos antigos perpetuem.

A infelicidade causada pela perda de alguém querido, quando não ultrapassada, é explorada como uma forma de morte em vida. Este é um limbo que não permite uma vivência plena (feliz) e demonstra como a dedicação à memória dos que foram distorce a natureza humana.

Realizado por Makoto Shinkai, um dos nomes incontornáveis do actual panorama da animação japonesa, Hoshi o Ou Kodomo estreou nas salas de cinema japonesas em Maio de 2011.  Uma pequena nota também para a banda sonora deste filme que mais uma vez foi composta por Atsushi Shirakawa (a.k.a. Tenmon) como tem vindo a ser habitual nos filmes de Makoto Shinkai.

Apesar de tudo, o enredo consegue desenvolver estes temas de uma forma optimista e, até, enternecedora. É, sem dúvida, digno de pôr na lista de “filmes para ver”.

Escrito por: Isabel João

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