Confesso que já começo a estar um pouco farta de robots gigantes, vulgo mecha. Quando fiz a minha lista de coisas para ver, tinha lá uns quarenta, espero já ter avançado bastante ou que, pelo menos, o random.org espere um bocado até dizer para eu ver um deles. Enfim…
Dai-Guard, ou Terrestrial Defense Corp Dai-Guard (em Japonês, “Chikyuu Bouei Kigyou Dai-Guard”) é um pequeno twist no género que teria a sua graça, não fosse o facto de as diferenças se notarem pouco com o decorrer da série. Há uma série de anos o mundo estava a ser invadido por uma força alien, heterodyne de seu nome. Para isso construíram o Dai-Guard, um robot. Entretanto, desapareceram e o fulano ficou por ali a servir de enfeite. Agora que voltaram, precisamos do enfeite. Apenas três pessoas o sabem conduzir. E tudo isto leva a uma série de problemas burocráticos e de nível prático. Como por exemplo, transportar o objecto de um lado para o outro. Ou preencher relatórios sobre o objecto. E as críticas sociais em relação ao objecto.
Depois, o objecto começa a funcionar propriamente e acaba-se aí a diferença deste para outros animes do género. A coisa tem a sua graça, ainda assim.
Os personagens são bastante vulgares, com um protagonista bem “shounen” e uma protagonista com triste vida passada. O seu desenvolvimento é parco e efectuado por uma série de flashbacks, que se repetem (tanto em conteúdo como em forma). No resto da equipa temos um grupo de pessoas que poderia ter sido interessante se tivesse sido explorado de alguma forma. Aquela lolita cientista teria sido um sucesso se não fosse tão irritante.
A animação não é extraordinária, mas temos algumas cenas de acção aceitáveis. O anime poderia ter ganho bastante se o sombreamento fosse um pouco mais detalhado, assim como merecia algumas melhorias no design de maquinaria.
Tanto o tema de abertura “Back Alley Space Boy” (路地裏の宇宙少年) interpretado por The Cobratwisters e como o tema de encerramento “Run, Run” (走れ走れ) cantado porKyoko Endou (eps 1-25) são bastante “divertidos” e têm cumprem na perfeição o seu objectivo. De resto, variamos em temas que recordam uma certa imitação do folk americano, mas que não ligam muito bem com o teor nacionalista que o anime contém (os Japoneses também sabem ser assim).
Seiji Muzuzhima (Shaman King, Un-go) é o realizador desta série em 26 episódios que foi transmitida no Japão entre Setembro de 1999 e Março de 2000 e a produção da série ficou a cargo de três estúdios de animação: os “velhinhos” estúdios Sotsu Co., Ltd, a Victor Entertainment e Xebec, uma subsidiária da Production I.G..
Dai-Guard é um anime mediano dentro do universo dos mechas e que tem como nota de curiosidade ter sido também editado em Portugal pela Dynamic PT, uma empresa que editou vários títulos de animação japonesa há uns dez anos atrás.
Escrito por: Carol Louve