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Dennou Coil

A fazer lembrar as produções dos estúdios Ghibli (Princesa Mononoke, A Viagem de Chihiro) a nível de design, e não só, esta série ultra cativante decorre num futuro onde a tecnologia, mascotes virtuais, conceitos cibernéticos e afins, são normais no dia a dia, com os protagonistas a serem um grupo de crianças. Difí­cil de explicar por palavras, não se enganem pelo aspecto visual, visto que a série acaba por ser bastante madura.

Se há algo que as produções japonesas de animação são bastante boas, é a conjugar os mais diversos conceitos, por mais bizarros que eles possam aparentar ser.

Em Dennou Coil existem duas realidades, a normal do dia-a-dia, e outra virtual, só possí­vel de ver através de uns óculos especiais, mas como todo o ambiente da série reflecte um mundo bastante normal, que podia bem ser o nosso, invés daquelas ondas totalmente futuristas, o espectador consegue sentir facilmente uma empatia com muitas das personagens e identificar-se com o ambiente da série em si.


Sem entrar em “spoilers”, a história está muito bem contada, e desde iní­cio são-nos dadas pistas de eventos que só irão ser totalmente explicados perto do final da série, como certos “flashbacks” e sonhos que uma das miúdas, de nome Yasako, tem de maneira recorrente. As coisas depressa progridem quando a sua mascote canina virtual desaparece, deparando-se com uma estranha agência que se dedica a investigar anomalias e ocorrências anormais no espaço virtual. Ok, se pensam que isto tudo começa a soar muito estranho, nem imaginam o resto, e só vendo mesmo.

Os óculos que permitem às pessoas ver a parte virtual do mundo por exemplo, até servem para fazer chamadas para outras pessoas com esses acessórios, sendo necessário apenas meter as mãos e dedos em certa posição.

As personagens e carisma das mesmas são um dos grandes pontes fortes da série, onde a irmã pequena de Yasako é adorável só para citarmos algumas, tendo um comportamento tão tí­pico de miúda pequena que é impossí­vel não nos rirmos com as diabruras que faz. A juntar às personagens humanas têm outras absolutamente surreais, como as Satchii, que são uma espécie de programa de anti-vírus, ou outras mais fofas como poderão constatar ao verem a série.


A animação da série é boa, e várias vezes mais parece que estamos a ver um filme invés de episódios de 20 minutos, mantendo a qualidade ao longo de todos os episódios.

No final ficamos com uma história futurista, algo “cyberpunk”, e de contornos misteriosos, à mistura com algumas partes cómicas, apesar de decorrer em parte no ambiente de uma escola, que enaltece a amizade e que pode ser apreciada tanto por adultos como por pessoas mais novas, apesar da mistura de conceitos fora do comum e de, por vezes, parecer que tem demasiada informação para absorvermos de imediato.

Autor: Nuno Almeida

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