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Detroit Metal City

Ahahahah, eh?, wtf?, whoa, *olha estático para o ecrã. Estas foram algumas das minhas reacções quando comecei a ver esta série hilariante, que prima por um humor negro corrosivo delicioso e absurdo, como poucas vezes se vê neste meio. Detroit Metal City é uma sátira muito bem disposta a alguns géneros musicais, requerendo uma disposição particular e que não levemos isto muito a sério para ser apreciada, sendo um caso típico que ou se gosta, ou não.

A história segue as aventuras de Soichi Negishi, que após o término dos estudos procura alcançar o sonho de ser um músico de sucesso a praticar indie sueco, mas que acaba como vocalista de uma banda de death metal. A premissa é demais, e consoante a série avança as gargalhadas aumentam, ao vermos a ascensão meteórica da banda e o fanatismo dos seus fãs, que acreditam nas mais mirabolantes histórias à volta dos seus ídolos. Pelo meio podem ver duelos entre eles e bandas indie, de punk rock e de black metal, entre outras, sendo difícil não esboçar largos sorrisos se tivermos alguma familiaridade com os comportamentos retratados durante a série.

Soichi Negishi, que normalmente é uma pessoa muito calma e amorosa, vive diariamente o conflito interior entre seguir o seu sonho e lidar com a realidade da personagem que encarna na banda que dá nome à serie, onde assume o papel do vocalista Johannes Krauser II, revelando nessas alturas uma personalidade completamente distinta e demoníaca, com as letras da banda a serem cruas, cheias de asneiras e profanação, e assumindo um comportamento animalesco em palco. Com o tempo a fama da banda vai subindo devido às suas bizarras e intensas actuações ao vivo, onde se inclui uma personagem sadomasoquista que sofre os mais determinados abusos de Krauser, e cujos fãs e banda denominam como o “the pig of capitalism”.

A animação, a cargo dos estúdios 4ºC, é no mínimo peculiar também, o que atendendo ao historial dos mesmos de curtas-metragens, séries e filmes que primam pela originalidade visual, não é de espantar. Seguindo o estilo da manga original de onde provém esta série anime, o todo assemelha-se a um conjunto de painéis que se vão intercalando, como se estivéssemos a folhear as páginas dos livros da manga, criando um efeito deveras engraçado, se bem que a início pode custar a habituarmo-nos. De resto, não esperem nada de especial e grandes deslumbres visuais, seja nas personagens, movimentos ou cenários.

O tipo de humor e estilo da série não é definitivamente para todos, sendo esse um dos pontos a considerar antes de investirem nela, assim como a história em si não terminar no último episódio, não se sabendo se no futuro iremos ter algum tipo de continuação. Por agora não ficamos a saber como Soichi Negishi foi parar aos Detroit Metal City por exemplo, nem o destino destes após alcançarem os primeiros lugares das tabelas de música alternativas, ou o desenvolvimento dos problemas sociais e amorosos da personagem devido à vida dupla que leva. Fora isto, nem sempre o referido humor e diversas piadas são bem sucedidas, especialmente após o meio da série, em que a mesma perde um pouco do seu fulgor e algumas das situações tornam-se um pouco repetitivas devido à sua semelhança com outras anteriores.

Mesmo com algumas imperfeições, Detroit Metal City vale bem a pena, e com a duração de cerca de 10 minutos cada episódio, esta série vê-se num ápice, acabando por proporcionar excelentes momentos de boa disposição, assim como uma experiência algo diferente da norma.

Escrito por: Nuno Almeida

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