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Doomed Megalopolis

Baseado nos romances de Teito Monogatari (帝都物語) da autoria de Hiroshi Aramata publicados em 1985 nasceu Doomed Megalopolis (título em inglês) é uma série de animação composta por quatro OVA (Original Video Animation, um formato que consistia em episódios de anime lançados directamente no mercado de vídeo). Apesar de ter versão animada, esta novel teve várias adaptações para o cinema e foram feitas com base nos acontecimentos dos romances com diferentes níveis de sucesso. A adaptação live-action tornou-se um clássico de culto no Japão, o mesmo não se pode dizer deste anime.

O anime, Doomed Megalopolis, foi lançado pela Toei em 1991 e foi comprado pela Streamline Pictures que o lançou em 4 episódios. Anos mais tarde a empresa americana ADV Films relançou a série em formato DVD de dois discos.

Mas falemos de Teito Monogatari. A série começa a sua acção em 1912 na capital japonesa e relata o processo que o governo imperial coloca em prática para modernizar a capital, para que seja qualificada e classificada entre as maiores cidades do mundo moderno. Contudo, nem todos concordam: o feiticeiro Kato Yasunori, prefere ver Tóquio em ruínas e planeia ressuscitar o espírito guardião de Tóquio, Taro Masakado, para destruir a cidade. Para isso, ele deve possuir a alma de uma jovem com poderes sobrenaturais.

Kato espera vários anos para poder usar o poder desta jovem. Nesta espera, Kato causa um enorme terremoto que destrói em grande parte a cidade de Tóquio. Um novo guerreiro aparece para proteger a casa de Tatsumiya: Keiko, uma donzela do lugar sagrado, que exerce o poder do céu.

Esta série é uma fantasia histórica sombria que contém alguns elementos da história japonesa, folclore e temas ocultistas. Os romances originais são uma nova descrição dos acontecimentos históricos da evolução da capital japonesa entre os anos 1912 até 1998, fazendo referência a Taira no Masakado, o Grande Terremoto de Kanto e à criação do primeiro metropolitano no Japão.

Como já referimos logo no inicio, Doomed Megalopolis tem quatro episódio e cada episódio tem mais ou menos 40 minutos de duração. Depois de vermos o primeiro episódio intitulado “The Haunting of Tokyo”, ficamos empolgados para ver o resto da série, no entanto, a série nos restantes episódios vai perdendo alguma qualidade. O segundo OVA com o título de “The Fall of Tokyo” ainda consegue-se ver, no entanto quando passamos para os dois últimos episódios (“The Gods of Tokyo” e “The Battle of Tokyo”, respectivamente) assistimos a uma destruição de todo o potencial que esta série poderia ter tido. Nestes episódios 3 e 4 encontramos imensos buracos no enredo completamente desnecessários ao ponto de pensarmos que os argumentistas escreviam coisas à toa para ver se colava na história.

O que vamos então encontrar é basicamente uma repetição em cada episódio, ou seja, vamos ver Kato a trazer um sacrifício ao espírito antigo, o espírito a dizer que não, e depois ele a tentar de novo. Também os personagens podiam ter sido melhor explorados e desenvolvidos, não tinham substância e pareciam estar nas cenas apenas por estar. Mas nem tudo é mau Doomed Megalopolis, um dos pontos a favor é a qualidade da animação que para a altura que foi produzida era bastante boa e interessante.

O realizador Rintaro (Metropolis e Final Fantasy: Legend of the Crystals) já tinha lido Teito Monogatari antes de sua publicação inicial e ficou muito interessado em transformar este título para uma versão animada. A produção ficou a cargo da Madhouse, um estúdio que dispensa apresentações. O actor Kyusaku Shimada foi escolhido para dar a voz de Yasunori Kato com base na popularidade das suas actuações nas adaptações anteriores, contudo este foi o seu primeiro trabalho como seiyuu em animação.

Em suma, Doomed Megalopolis é daquelas séries que actualmente só vale a pena para ser vista por saudosistas de animes vintage ou fãs que gostem de histórias sobrenaturais, horror e dark fantasy. Se gostaram do “plot” da história o que recomendo mesmo é verem o live-action que foi baseado também nos livros e além disso é considerado um clássico culto no Japão.

Escrito por: Fernando Ferreira

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