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GREAT PRETENDER

As séries anime produzidas com a ajuda da Netflix nem sempre me apelam muito. Com grande parte a optar por um estilo mais 3D de animação, esse detalhe afasta-me da visualização de muitas das produções que o serviço de streaming ajudou a criar nos últimos anos. No entanto, por vezes surgem pérolas que atingem quase todos os requisitos que para mim constituem uma boa série, com GREAT PRENTENDER a ser uma das melhores surpresas do ano de 2020.

GREAT PRETENDER aborda uma temática poucas vezes vista no mundo do anime, a arte da vigarice e da burla. O protagonista, Makoto Edamura, é um vigarista amador que ganha a vida com pequenas burlas na cidade de Tokyo. Após enganar Laurent Thierry, um aparente turista francês, Makoto vê-se arrastado para o grupo de burlões internacionais liderado por este, numa série que se divide em vários casos e que tem similaridades com o franchising de filmes Ocean’s ou outras obras em que um grupo de “artistas da vigarice” enganam mafiosos poderosos ou outro tipo de pessoas pelas quais não sentimos grande empatia.

Em primeiro lugar, GREAT PRETENDER é apelativo pelo carismático grupo de personagens que lidera a série. O carácter “internacional” dos protagonistas (em que se incluem personagens do Japão, França, Inglaterra, Iraque e Coreia-do-Sul), ajuda a alargar o universo da série, que para além do Japão divide a sua acção por locais como os Estados Unidos, Inglaterra, França, Singapura e China (com a língua local a não ser esquecida). O quarteto principal, composto por Makoto, Laurent, Cynthia e Abigail, é bastante apelativo para o espetador, muito devido às suas personalidades bem trabalhadas e a forma peculiar que cada um tem de cumprir os seus objetivos.

A divisão da série em casos ajuda a que a acção não se torne enfadonha, não só pela mudança de cenário, mas também pela forma como em cada um é analisado o passado de um dos personagens. Dividida em quatro casos, sem dúvida que o caso final é provavelmente o mais divisivo e aquele que criará mais diferenças de opinião entre os espectadores quanto ao seu desfecho.

Para além do carisma dos seus personagens e do enredo apelativo da série, a animação é também excelente, com uma palete de cores bastante viva que realça de forma eficaz os locais onde se passa a acção e as características particulares de cada um dos personagens. A banda sonora é também um ponto alto da série, com um grande foco no estilo jazz e contando com a presença de algumas baladas que conjugam bem com os momentos mais emocionais da série.

GREAT PRETENDER foi uma bela surpresa, também devido a eu ser um grande fã da temática em questão e ter visto aqui uma série onde está é executada de forma eficaz. Embora tenha algumas reticências quanto ao final da segunda temporada (e até agora final da série), espero que GREAT PRETENDER conte com mais alguma temporadas, pois há sempre espaço para expandir dentro deste género e este grupo de personagens merece sem dúvida uma nova fornada de aventuras.

Escrito por: Nuno Rocha

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