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Green Green

Por esta altura eu já deveria ter percebido que a minha predilecção por animes com um pouco de ecchi me ia trazer problemas. Sou sincera: gosto de maminhas. E no fundo, quem não gosta? Provavelmente os grupos de pressão anti-maminhas. Isto para dizer que na lista dos possíveis animes mais irritantes que já encontrei, Green Green é um deles. Eu comecei a escrever esta review sem ter acabado de ver a série, porque já estava tão desesperada com a falta de conteúdo dos primeiros 4 episódios que , bem, pensando no percurso lógico que uma série destas deve ter, aquilo não ia evoluir muito. Não me enganei. Aliás, minto, os 12 episódios de Green Green acabaram por ser ainda piores do que eu alguma vez poderia imaginar.

A série começa por referenciar uma história de amor muito antiga que acabou mal – não sei se já entenderam qual é o “plot” para isto, mas é do mais cliché que pode existir. Numa escola só de rapazes, chamada Kanenone Gakuen (algo como “Academia do Soar de Sinos”) estuda um rapaz chamado Yuusuke Takasaki que tem de lidar com a extrema – sublinho, “extrema” – perversão dos seus três amigos. São eles Bachigou , um rapaz gordo com fixação por mamas grandes – começando nas suas e acabando nas da professora das raparigas – ; Ichiban-Boshi que é um daqueles rapazes que tem a solene mania de pensar que é um garanhão e por fim Tenjin que tem um fetiche pelas raparigas do tipo “little sister”, ou seja, novas, inocentes e bem, ainda não muito desenvolvidas. Há então um acordo entre esta isolada escola de rapazes e uma de raparigas, porque ambas querem experimentar ser mistas.

Então, durante um mês, uma turma de raparigas – “todas boas”, é a melhor maneira de as descrever – para proceder à experiencia. E entre elas está Midori Chitose. O resto é simples: a Midori faz muitas referencias ao passado e está sempre agarrada a Yuusuke; outra rapariga fica interessada nele e de resto só há…muito, muito, muito “fanservice” e twists tão previsiveis que dei por mim a fazer fast forward de alguns episódios.
Se com esta exposição ainda pensam “bem, não deve ser assim tão mau” vejam o genérico da série. Por Zeus, nunca vi algo tão atroz. É uma mistura de hentai game, com dating sim game com fanservice DESCARADO. E claro, há que ter personagens com copas acima de C, senão não era interessante. O genérico final é mais aceitável, embora seja extremamente parado (mas pronto, há piores) e ambos partilham uma espécie de música pop rock mais do que comum em animes. De resto, sobre o som, as seiyuu não têm nada de especial a não ser a voz de Midori, que achei perfeitamente adequada e nem se nota a existência de uma banda sonora no decorrer do anime.

As personagens são revoltantes. Eu sinto-me envergonhada se alguém começar a ver anime por esta série, procurando uma série de humor minimamente “ecchi” …sei disto porque procurava algo leve e não sabia que isto seria assim tão insuportável. Midori é uma rapariga chata. Chata, chata, chata. Eu sou chata e não chego aos níveis dela. Tinha uma voz e atitude engraçada, though – se ela não falasse, talvez conseguisse achar um ponto bom em Green Green. Yuusuke faz-me lembrar ligeiramente o rapaz de Onegai Teacher, por causa de querer parecer decente mas acabar por olhar sempre para o par de mamas da miúda ao lado. É, infelizmente bastante banal para além disso. As raparigas da turma são personagens que, correndo o risco de me repetir, primam pela normalidade, até mesmo Reika , a dita misteriosa (“misteriosa” para os autores de Green Green quer dizer “completamente previsivel e a tentar ter profundidade dramática”) e Futaba, a maria-rapaz que acaba por gostar de Yuusuke são normais até dizer chega e não há nada que elas tenham feito que fosse extraordinário.

O “baka trio” (como são chamados os amigos de Yuusuke) é abjecto e dá vontade de atirar objectos potencialmente perigosos ao ecran e aos autores. Eu não sou lá muito sensivel, não é facilmente que fico chocada, mas há muitas cenas/atitudes deles que me deixam completamente desconfortável (destaque para o episódio em que eles ficam presos numa sala e por estar muito calor eles começam a alucinar e a ter uma pseudo-orgia uns com os outros). “Don’t get me wrong”, não é nenhum preconceito especial contra pessoal que faz orgias…mas com eles, mete uma dose considerável de nojo. A personagem mais engraçada é a irmã de Futaba, Wakaba apenas porque tem uma amizade com um cacto.

A animação é dos piores pontos no anime, na minha opinião. Quando, mas por Zeus quando, é que personagens com mamas grandes vão parar de parecer raparigas armadas com duas tômbolas da lotaria em constante rotação? Há, aliás, uma violência exagerada na animação dessa parte da fisionomia feminina pois – e de novo, para os indecisos, basta verem o genérico – parece que há possibilidade de elas serem atiradas ao ar, rodarem e volarem à posição inicial. Quem me dera saber fazer isso, podia ganhar uns trocos no Chiado. De resto, a animação tem muitas deformações – intencionais, claro – especialmente quando há cenas com o “baka trio” e de resto, nada a acrestentar porque os desenhos nem são muito maus nem muito bons. O design das personagens é bastante anime…ziano, havendo uma especial preocupação em fazer as raparigas todas bonitas, mantendo o tom de adoração da mulher – eu não acredito que estou a dizer isto num anime que tem “pantsu shots” por todo o lado, fora as 5 mil cenas passadas no banho. Das raparigas. Mas pronto, nota-se que eles adoram gajas.

Se Green Green eventualmente fosse adaptado ao português, chamar-se-ia Mamas Mamas. Ou Mamas Verdes, algo do género…porque basicamente é o que este anime é : 12 episódios delas, com uma tentativa muito mal executada de ter uma história de amor e de ter algumas partes cómicas que acabam apenas por ser ridiculas. Embora tendo a noção de que isto foi adaptado de um hentai game, não acho que tenha de ser menos exigente – há muitos exemplos que me dão razão – e como tal só aconselho isto a pessoas que queiram 12 episódios de fanservice e rapazes pervertidos. Ah, e para os mais curiosos há uma sequela que passa a barreira – se ela existe – do “ecchi” directamente para o “hentai” , tornando-se explicita (há cenas de sexo e não só fantasias sobre partes do corpo avulsas). Chama-se Green Green: Erolutions. Ficam avisados.

Autor:Mafalda Melo

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