Este foi um dos anime que me manteve atenta do início ao fim! Uma experiência muito agradável, mas que ainda assim possui uma série de defeitos que me impedem de lhe dar uma classificação mais elevada (estive bastante dividida entre o 7 e o 6). A série foi transmitida no ano passado (2011) e tinha um total de 26 episódios.
Ohana é uma jovem de Tóquio sem grandes objectivos de vida que se vê confrontada com a situação de, por uma razão extremamente parva e desadequada, ter de ir viver para uma estância termal e trabalhar lá. Assim o anime decorre em termos de “slice-of-life” (acho engraçado este termo “fatia de vida”) em que acompanhamos as pequenas aventuras diárias desta pequena e dos seus colegas e amigos.
Este género não tem história, apesar de em Hanasaku Iroha fazerem uma tentativa de desenvolvimento narrativo que cai um pouco por terra devido à fragilidade do próprio tema. Assim, tem de – necessariamente – se basear no desenvolvimento de personagens. À primeira vista este é feito de maneira leve e concentrada, dando a cada personagem alguns episódios para ser desafiado e para se desenvolver, mas eu encontro nisto uma falha.
Não é um crescimento discreto e saboroso mas mais um “tira a tua senha”. Ohana, que aparenta ser quem mais se desenvolve, revela a partir do primeiro momento os seus objectivos. No seu primeiro dia de trabalho é logo demonstrado todo o seu futuro e todos os seus novos sonhos. Depois, além do trio essencial, o resto da equipa termal tem apenas um desenho muito superficial. Fiquei curiosa em relação a eles mas não creio que nem com uma continuação sejam revelados os seus segredos.
A arte é bastante agradável à vista e, como o implica toda a modernidade, as cenas de acção são muito rápidas e fluídas. Não há grandes cenas paisagistas e insistem em mostrar sempre os mesmos lugares, quando poderiam ter feito algo de muito mais belo.
Existem algumas músicas bonitas ao piano, mas não o suficiente para me incentivar a tocá-las (não que eu possa tocar piano com estas novas unhas de gel cor de laranja fluorescente com brilhantes que o meu pai me ofereceu…) O tema de abertura e as múltiplas canções de encerramento são todas cantadas por uma “vozinha” de gato que me irrita solenemente e só são apropriadas em momentos pontuais.
Bonito e leve, é como uma “barrita” energética de chocolate dietético para o lanche. Como o seu equivalente alimentar, digere-se muito rápido e dentro de algumas horas só me irei lembrar que tenho fome.
Escrito por: Carol Louve