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Lupin III – The Woman Called Fujiko Mine

Lupin III (ルパン三世 Rupan Sansei) é um dos personagens mais conhecidos do mundo do anime. Criado em 1967 por Kazuhiko Katō (aka Monkey Punch), Lupin III já conta com um grande número de séries de TV, filmes, OAVs, videojogos, etc, dedicadas ao seu personagem.

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Embora sempre tenha gostado deste franchising, nunca fui um adepto fanático do mesmo, resumindo-se o meu conhecimento da obra a episódios soltos das primeiras três séries de TV e aos filmes mais famosos da saga. No entanto, quando fui alertado para a existência desta série de Lupin III focada na personagem de Mine Fujiko por um colega meu, chamou-me logo à atenção a animação belíssima da mesma que me fez avançar para a sua visualização.

Rupan za Saado Mine Fujiko to Iu Onna (LUPIN the Third -峰不二子という女) tem como o nome indica o foco da sua história na companheira de profissão de Lupin, a belíssima Mine Fujiko. Iniciando a série numa altura onde Fujiko, Lupin, Jigen e Goemon ainda não tinham travado conhecimento, a mesma vai-nos dar uma nova versão das origens desta relação, fornecendo-nos simultaneamente mais informação sobre o passado misterioso de Mine Fujiko. Desenrolando-se a ação da série em vários países diferentes, os primeiros episódios são dedicados aos primeiros encontros que Fujiko teve com Lupin, Jigen e Goemon, passando depois a concentrar-se mais na história principal em si. Em quase todos os episódios vão sendo dadas algumas pistas relativas ao mistério que envolve a série, mas um dos grandes pontos fortes desta é que os episódios não ficam demasiado agarrados ao enredo principal, funcionando perfeitamente como obras singulares que se focam num determinado momento na vida de Mine Fujiko, fazendo lembrar séries como Cowboy Bebop e Samurai Champloo cuja narrativa não é propriamente linear do princípio até ao fim da série.

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Assumindo-se como uma série apontada a um público mais adulto, Rupan za Saado Mine Fujiko to Iu Onna distancia-se do tom juvenil das séries anteriores de Lupin para adotar um ambiente mais sombrio ao longo de toda a série. Temas como a escravatura, uso de drogas, violação e traumas psicológicos são abordados ao longo dos treze episódios desta obra, contendo a mesma também bastantes cenas de erotismo e violência gráfica. Inspirando-se bastante no género film noir para definir o seu estilo, Mine Fujiko assume-se como a femme fatale que faz proveito da sua sensualidade para manipular os personagens masculinos (e por vezes femininos) à sua volta, embora nem sempre tenha sucesso nas suas iniciativas.

Lupin tem também um papel de destaque nesta série (não fosse a mesma ter o seu nome…), sendo analisado o fascínio que este tem por Mine Fujiko e as razões que o levem a ficar quase obcecado por esta. Sendo uma série de Lupin, obviamente que o Inspetor Zenigata tem também lugar assegurando na mesma, assumindo-se nesta série como um polícia competente e sério cuja inteligência rivaliza com qualquer um dos seus rivais, sendo acompanhado ao longo da série pelo seu assistente Oscar, um personagem andrógino bastante misterioso que se revela um pouco obcecado pela figura de Zenigata.

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A banda sonora (para a qual Shinichiro Watanabe serviu de produtor) é excelente, preenchida de sonoridades jazz, a mesma ajuda a moldar o ambiente noir, tornando mais intensas as cenas de ação e mais misteriosas as cenas de suspense, sendo provavelmente a música de abertura e de encerramento os pontos mais fracos desta excelente banda sonora, pelo menos na minha opinião. Outro dos pontos de destaque de Rupan za Saado Mine Fujiko to Iu Onna é a sua animação, tendo os produtores optado por um tipo de animação que foge um bocado ao padrão comum da indústria de anime. A animação peculiar desta série dá-nos a impressão que estamos a ver um manga em movimento, tendo um traço bastante detalhado mas que mesmo assim não perde fluidez nas cenas de maior movimento, tornando a série num deleite visual.

Lançada em 2012 e realizada por Sayo Yamamoto (a primeira mulher a ser realizadora de uma obra de Lupin), Rupan za Saado Mine Fujiko to Iu Onna reinventou um franchising que estava afastado do mundo das séries de televisão desde 1985. Estando mais próxima das raízes do manga original de Monkey Punch do que outras adaptações anteriores da obra, Rupan za Saado Mine Fujiko to Iu Onna mantém o estilo clássico da obra original mas simultaneamente cria uma narrativa apelativa e adaptada às exigências de hoje em dia, explorando novos caminhos num dos franchisings mais acarinhados do mundo do anime.

Com o seu ambiente noir misturado com algumas pitadas de ficção científica e erotismo que baste, Rupan za Saado Mine Fujiko to Iu Onna honra o legado de Lupin III, sendo uma excelente série de televisão que serve também como uma brilhante introdução ao universo de Lupin III para novos fãs.

Escrito por: Nuno Rocha

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