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Memories

Exibido recentemente em Lisboa no Nippon Koma, festival de cinema japonês e também licenciado para o mercado de DVD nacional, “Memories” é um titulo incontornável da animação japonesa. Depois do enorme sucesso de Akira (1988), a obra-prima de animação que abriu definitivamente as portas do Ocidente para a animação japonesa e que já é uma referência incontornável em qualquer livro da especialidade, houve muita especulação sobre qual seria o próximo trabalho deste visionário, Katsuhiro Otomo.

Passados oito anos de “Akira” voltarmos a ouvir falar de Katsuhiro Otomo e do seu filme Memories uma longa-metragem composta por 3 episódios de estilos e histórias distintas, cada uma realizada por diferentes pessoas.

A primeira história é realizada por Koji Morimoto (Animatrix, Noiseman) apresenta-nos uma história de ficção cientifica. Este é a obra mais importante da triologia. Com uma qualidade ímpar, um desenho altamente detalhado até ao mínimo pormenor, Magnetic Rose é um delírio para os espectadores. Nada foi deixado ao acaso, os movimentos são de uma suavidade impressionante acompanhados por uma banda sonora de alta qualidade.

O primeiro episódio de Memories retoma a história deixada por Kubrik na sua obra-prima 2001. Uma nave espacial intercepta um pedido de socorro enviada de uma zona habitada por um misterioso campo electromagnético. Acompanhada por essa mensagem ouve-se Madame Butterfly de Puccini.

Dois membros da tripulação ficam encarregues de salvar o autor do S.O.S.. Àchegada ao epicentro da mensagem reparam num universo elegante com uma ambiência barroca, como se tivessem sido transportados para o século passado. Sonho ou realidade?

Stink Bomb, a segunda história dirigida por de Tensai Okamura (Wolf´s Rain) narra as aventuras de um homem que foi vitima de uma experiência biológica. Esta experiência confere ao personagem principal poderes de uma arma química, isto porque sem querer liberta um odor que acelera o crescimento de toda a flora, mas mata qualquer ser vivo que esteja próximo. É um alerta sobre os riscos das armas biológicas tanto de quem as tem como de quem as pode activar.

Também com um visual cuidado, Stink Bomb vai-nos trazendo surpresas à medida que a história vai avançando culminando num final um pouco exagerado.
Graficamente este episódio recorda-nos outra longa metragem de Katsuhiro Otomo – Roujin Z, que era uma crítica às sociedades futuras pela evolução da tecnologia e sem que fosse dominada perfeitamente

Por último, Cannon Fodder é o episódio mais poético e filosófico destes filmes, quer seja pelo argumento quer pela técnica original de animação ou pelo pouco perfeccionismo do desenho. Este último episódio de Memories retrata o dia banal de um pequeno rapaz numa cidade muito inteira atribuída a um esforço de guerra diário. A estrutura social reflecte-se na arquitectura da cidade que cresce em altura e cujos militarismos aparecem numa floresta de canhões que emergem dos tectos…

Memories é mais uma obra de arte da animação japonesa que todos deverão ver e se possível ter em casa. A ver obrigatóriamente.

Autor: Fernando Ferreira

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