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Mind Game

Nishi é um mangaka (aquele que desenha mangá) falhado, e decide encontrar-se com o seu verdadeiro amor, Myon, que casou na sua cabeça (mas com outra pessoa). O que começa com um inocente encontro de velhos amigos rapidamente se transforma numa psicadélica extravagança, cheia de violência, sexo, amor e muito mais.

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Mind Game é um filme altamente surrealista, um ambicioso pastiche que funciona um exercício de umas quantas técnicas de animação dos nossos dias (“stop motion”, computação gráfica e caracterização extrema até à imagem real manipulada). Este anime é baseado no manga do mesmo nome e foi escrito por Robin Nishi.

Realizado por Masaaki Yuasa e com a participação dos estúdios Studio 4°C, um dos estúdios mais importantes da actualidade do Japão e que tem dividido o seu trabalho em videoclips e filmes é liderado por Koji Morimoto, ex-braço direito de Otomo Katsuhiro no clássico “Akira” e que tem outros trabalhos dignos de registo como por exemplo “Magnetic Rose” (um dos três episódios do anime “Memories”), Spriggan (1998) e a colaboração no mais recente filme de Katsuhiro Otomo, Steamboy (2002). Apesar de todos estes sucessos a fama internacional chegou com a sua participação no anime Animatrix.

Apesar de não ser muito conhecido no Ocidente, Masaaki Yuasa é um dos realizadores mais virtuosos e inovadores da animação japonesa. Nasceu em 1965 e estudou na Universidade de Kyushu Sangyo, desde muito cedo se interessou pela animação mas só no inicio da década de 90 é que o seu nome começou a ser falado. Inicialmente trabalhou como “chara designer” (desenhador de personagens) em séries como “Cryon Shin-Chan” e “Chibi Maruko-Chan”. Reconhido pela industria, anos mais tarde foi o director de animação de um dos filmes mais importantes dos anos 90, “Hakkenden” OVA (do inlgês Original Video Animation, ou seja animações que só saem para o mercado video. Desde então tem estado envolvido em projectos bastante interessantes e mais alternativos da animação japonesa como por exemplo os filmes “Tonari no Yamada-kun”, “Noiseman” e “Nekojiru-So” ou mais recentemente a série “Samurai Champloo”.

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Mind Game capta-nos logo a atenção e atira-nos imediatamente para uma história repleta de relações entre personagens que vão sendo apresentadas ao longo do filme. Sem ser aborrecido, o filme leva-nos constantemente para locais onde nunca imaginariamos que podessem aparecer. Mas também ajuda-nos a estarmos em constante alerta para um uso inovador da animação.

Mais de 300 pessoas trabalharam neste filme que demorou três anos a ser produzido. Durante este tempo a equipa trabalhou na procura de novas formas animadas de impressionar visualmente o espectador. Combinando a animação tradicional, CG (computação gráfica) e novas técnicas de filmagem de actores reais Mind Game consegue um resultado que não deixa ninguém indiferente. Outro aspecto que torna o filme com bastantes adeptos é o ritmo frenético durante toda a história e o excelente trabalho cromático altamente psicadélico.

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É impossível descrever a enorme quantidade de emoções que produz ao vermos este anime. A revista MAD MOVIES classifica o filme como uma “(…) verdadeira “trip” experimental (…)” e “(…) um turbilhão criativo sem igual (…)”, por isso só mesmo vendo é que cada um pode formar uma opinião consolidada, isto porque estamos perante um anime onde aparecem cenas com bastante impacto em contraste com situações paranóicas e sem sentido, que podem gerar uma certa confusão.

Resta destacar este filme por desde que estreou tem recebido alguns prémios, entre eles o mais importante do Japão, o Japan Media Arts Festival 2004, superanto o Howl’s Moving Castle, tendo sido considerado um dos animes mais interessantes dos últimos anos.

Escrito por: Fernando Ferreira

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