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Nana

Esta foi daquelas típicas séries que me apanhou totalmente de surpresa, não sendo propriamente de um género que me despertasse muito a atenção na altura, mas nada como lermos opiniões em fóruns e afins a que nos habituamos a confiar com o tempo para nos despertar o interesse, como tal, depois do primeiro episódio o vício instalou-se rapidamente.

A série foca-se em duas personagens femininas, que partilham o mesmo nome, Nana, e que decidem aos 19 anos viajar para Tóquio em busca dos seus sonhos, encontrando-se por acaso do destino no caminho até lá. Se soa simples, depressa podem contar que isso mude tal as voltas que a história irá dar.

Nana acaba por ser um relato do dia a dia dessas personagens e várias outras que andam à volta delas, sendo que todas acabam por ganhar uma grande importância e uma dimensão digna de nota, com este a ser um dos grandes pontos forte da série. A caracterização está tão boa que nos leva a preocupar, sorrir, chorar ou rir com o que vai acontecendo a cada uma, com a narrativa a conseguir dosear vários momentos cómicos com o carácter sério de todo o resto, que não hesita a entrar no melodrama algo angustiante que roça perigosamente ambientes de novela em algumas ocasiões devido às reviravoltas da história.

De modo a distinguirmos as duas personagens principais, elas têm o nome de Komatsu Nana (cuja alcunha é “Hachi”) e Oosaki Nana, sendo que a primeira aparenta ser uma adolescente normal, com uma queda para o flirt e namoros com rapazes algo destrutivos, que deixam esconder por ali algum tipo de carência afectiva, enquanto que a segunda sonha seguir a música, sendo líder do grupo punk rock “Black Stones”. Esta última, apesar de também ter os seus problemas e um aspecto e atitude rebelde, revela-se como a mais atinada das duas, mantendo um relacionamento de longa data com o namorado que dá pelo nome de Ren, guitarrista do grupo rival “Trapnest”. A ligação e amizade que vai crescendo entre ambas é um regalo de se ver e oferece momentos verdadeiramente emocionantes, não sendo difícil vermo-nos na pele delas ou de outras personagens da série devido à forma como ambas se comportam e como tudo é retratado, sendo este outro dos grandes trunfos da mesma.

Já que falámos acima nas bandas “Black Stones” e Trapnest”, há que notar que a parte musical é outro dos pontos altos e um dos temas centrais de Nana, e se as músicas e performances são de um gosto peculiar, certo é que funcionam mesmo bem no contexto da série, juntando-se a isso a direcção de arte que vai das personagens em si ao que elas vestem, que é de uma beleza singular, acabando por conseguir dar mais emoção, de certo modo, a muitas das cenas por isso mesmo.

Agora depois disto tudo, claro que a série não é perfeita, e isto devido a um ponto fulcral, ela não acaba. Como é adaptada fielmente da manga do mesmo nome e esta ainda não acabou no Japão, a história da série acaba num daqueles “cliffhangers” terríveis, onde é impossível descortinar o que irá acontecer às personagens e narrativa tal a jornada de todas até essa altura. Existem fortes rumores que o manga irá terminar este ano e que depois disso haverá uma segunda temporada que irá adaptar o resto da história, mas sem essa certeza e até lá, o espectador ficará algo à deriva no final desta série, mas antes assim que inventarem sinceramente.

De resto, e apesar das aparências, esta não é uma série que considere dirigida ao público feminino, podendo agradar perfeitamente a qualquer pessoa, especialmente de uma faixa etária mais madura, sendo um pouco por aqui que a recomendação mais acima para quem gosta de Monster surge também, apesar dos géneros completamente distintos de ambas as séries.

Autor: Nuno Almeida

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