Já lá vão quatro anos desde que esta série estreou no Japão e para muitos fãs de anime foi uma série que passou totalmente ao lado dos fãs portugueses. Natsunagu! (なつなぐ!) é um anime curto com apenas 12 episódios e cada episódio tem cerca de 3 minutos. Foi lançada em 2020 na RKK TV e em várias plataformas de streaming gratuitamente.
A história segue o dia a dia de Natsuna Keyaki, uma jovem de Tóquio que viaja para a cidade de Kumamoto à procura da sua amiga de infância, Itsuki. Esta busca leva Natsuna e começar a relacionar-se com os habitantes locais e a explorar a vida numa cidade do interior, que contrasta fortemente com a agitação da sua anterior vida citadina. À medida que Natsuna interage com os moradores, especialmente o enérgico Shige, ela descobre novos valores, faz novas amizades e cria relações algo inesperadas.
Visualmente, o anime adota um estilo de arte simples, quase minimalista, que reflete a tranquilidade e a naturalidade da região de Kumamoto. Esta escolha estética combina perfeitamente com a proposta do anime, dando destaque às emoções e ao desenvolvimento das personagens.
A banda sonora é composta por Nozawa Daijiro e assenta que nem uma luva complementando a atmosfera melancólica e esperançosa da narrativa.
Além de ser uma história sobre amizade e crescimento pessoal, Natsunagu! também serve de homenagem à cidade de Kumamoto, que sofreu um terremoto devastador em 2016. A série busca capturar o espírito resiliente da região e transmitir uma mensagem de esperança, solidariedade e reconstrução.
Além disso, toda a produção do anime foi feita com vários profissionais da própria região de Kumamoto – da equipa de realização e produção aos seiyuu -, dando a este anime uma identidade muito própria e memorável.
Embora Natsunagu! seja um anime com episódios muito curtos e que o esta duração possa limitar o aprofundamento de algumas personagens e enredos, a série compensa isso com uma história envolvente e uma mensagem universal. É uma obra que prova que, mesmo com poucos recursos e tempo, é possível criar algo significativo. Recomenda-se para quem aprecia histórias introspectivas e experiências culturais em formato compacto.
Escrito por: Fernando Ferreira