Antes de começar, uma revelação. Eu não gostei nada, mesmo nada, de Bakemonogatari. Então, porque fui eu ver a prequela? Uma razão simples: estava no clube dos elitistas para ser discutido e só tinha quatro episódios. Por isso, porque não? Podem detestar-me por este comentário, mas devido à qualidade da discussão em causa, vou tentar ser o mais directa possível e esquecer o quanto desgostei dos bakemonos.
É inevitável fazer uma comparação. Mas devo dizer que gostei mais deste do que dos bakemonos. Esse, para mim, foi um esforço pseudo-artístico para esconder uma falta flagrante de conteúdo útil. Nos nekomonos isso não acontece em tão grande escala, o que é uma coisa excelente. Vamos por partes.
Arte: uso extenso, mas não exagerado, de elementos artísticos que podem parecer pretensiosos. Creio que em Nekomono conseguiram funcionar, apesar de não aparentarem ter qualquer tipo de função sem ser… Bem, estarem lá. Há quem argumente que funcionam como metronomo para o ritmo da narrativa, mas tenho de discordar, pois ela está lá quer haja painéis coloridos quer não. Achei a utilização de perspectivas absolutamente atroz, por causa da mudança inusitada das características dos designs das personagens e exagero na aparição de narinas. O fanservice pareceu-me inútil e mal-aplicado, muitas vezes desapropriado, apesar de não estar deselegante de todo.
História e Personagens: Confesso que já não me recordo da história de Bakemono, nem dos personagens, pelo que não sou capaz de estabelecer relação entre esses e os desta história. A verdade é que a narrativa é muito simples, apesar de estar disfarçada sob um manto de complexidade no diálogo. Este, é inócuo e inconsequente. Aliado ao factor arte, o resultado final é um anime que peca pela falta de massa e volume, apesar de estar mascarado com uma série de coisas que nada mais fazem se não distrair o visionante do que, precisamente, está em falta.
Ao contrário de tudo o resto, a música de Nekomonogatari: Kuro pareceu-me excelente. O tema de abertura “perfect slumbers” interpretado por Yui Horie é fascinante, o tema de encerramento intitulado Kieru Daydream” é cantado por Marina Kawano e também está bastante boa. Os efeitos sonoros funcionam muito bem em conjugação com a arte (se a aceitarmos como válida, o que eu estou a fazer para o caso).
Nekomonogatari: Kuro é realizado por Akiyuki Shinbo (Puella Magica Madoka) e produzido pelos conhecidos estúdios SHAFT e foi transmitido na televisão japonesa durante 2012.
Assim, no geral, pareceu-me superior aos bakemonos, mas estão presentes as mesmas falhas. Ainda assim, não o senti tão pretensioso como estava à espera, pelo que acabou por ser uma experiência inesperada e quase positiva.
Escrito por: Carol Louve