One Punch Man. Três palavras simples que conquistaram o Inverno de 2015, definem o plot de maior parte dos episódios, e descrevem a personagem principal.
Um anime de comédia e ação que segue as aventuras de Saitama, o titular One Punch Man, um super herói tão forte que derrota todos os seus oponentes com um único soco. O problema é que enquanto ele queria ter uma vida entusiasmante e ser um herói para se divertir, o tiro saiu-lhe pela culatra, pois ao ser tão forte, o entusiasmo das lutas desaparece.
A história segue o dia a dia e as aventuras de Saitama, um jovem de 25 anos que tem a particularidade de com esta idade ser careca. E para meter já de início a minha opinião aqui presente: não sou muito fã. Aliás, não gostei muito do anime.
Mas antes de me enforcarem pelo disparate escrito acima, deixem-me explicar o meu raciocínio dividindo-o por partes.
Plot e Atmosfera: One Punch Man é uma história simples e uma paródia de séries Shounen, como Dragon Ball Z, One Piece e Naruto. E enquanto que o mundo parece estar muito bem construído, com monstros, vilões, e super heróis que parecem ter vindo de comics ou mangás. Temos referências a múltiplos trabalhos, tal como o primeiro vilão que vemos sendo uma referência a Piccolo de Dragon Ball, e um inimigo mais tarde assumir a sua forma ‘Berserk’, uma referência a Neon Genesis Evangellion. Saitama derrota os seus inimigos com um único golpe, e mais tarde aceita Genos, um cyborg, como aprendiz dele. High jinks ensues. E honestamente? Não há mais para contar. Temos alguns momentos interessantes que não vou contar porque spoilers, e cada incidente acontece por uma razão dos vilões e tudo mais, mas… Não há mais nada para agarrar. Mas aí, as pessoas poderiam dizer que eu estou-me a esquecer de dois fatores importantes de One Punch Man: a comédia e filosofia de Saitama.
Bem, a comédia, na minha opinião, não é nada de mais. Houve poucos momentos que me fizeram rir, e nunca foi uma gargalhada real. Admito que spoilers na internet podem ter influenciado, mas ri-me muito mais com um único episódio de ‘Nichijou: My Everyday Life’ e ‘Carnival Phantasm’ do que com a série inteira de One Punch Man. Não estou a ser cínico ou a dizer que não tem piada. Eu admito que pelo menos sorri maior parte das vezes. Só acho que as piadas não foram tão boas quanto o público geral disse. E antes que reclamem sobre o facto de que estou a comparar One Punch Man a séries de Comédia pura, se um dos maiores fatores que as pessoas dizem sobre o que faz One Punch Man muito bom é a comédia, então não vejo porque não posso. E se o running gag é que ele derrota inimigos com um soco depois de eles se gabarem, eu peço desculpa, mas perde o efeito passado alguns episódios.
Agora, a filosofia de One Punch Man, algo que muitos intelectuais dizem ser um grande elemento da série. O tédio de existencialismo e da monotonia de viver uma vida sem desafios. Agora, não vou dizer que está mal executado, o que não está, e o exemplo mais próximo de uma filosofia parecida que me vem à mente é talvez Goku de Dragon Ball recusar-se a lutar contra um inimigo que tenha uma desvantagem em comparação a ele. E é identificável. No final de contas, nós todos já passamos por estados de monotonia e rotina.
Personagens: Pela falta dum grande número de personagens principais, e spoilers, vou só falar dumas quantas por alto. Começando por Saitama.
O titular One Punch Man está aborrecido. E não tenho de dizer mais nada. Okay, ele tem os seus momentos, dois em particular sendo a luta contra o Sea King e a cena do Meteorito. E enquanto que dá para ver que Saitama tem as suas camadas de personalidade um bocado escondidas. Mas maior parte do tempo, ele simplesmente está aborrecido e vai às compras. E nunca me cativou muito. Parece que é suposto termos pena do Saitama, mas parece que ele nem se quer se esforça para nada. Só porque não precisa de se esforçar em combate, não significa que ele não pode andar pela cidade e ajudar pessoas. Pode não ser ‘divertido’, mas ao menos mostra que se esforçou para ser um herói, algo qu nos faria setir mais pena. Mas isto é a minha lógica.
Depois temos Genos, o aprendiz de Saitama. Genos está sempre sério, e maior parte das piadas que funcionam são graças a ele. O facto de ser tão sério ao ponto de ignorar parvoíces, levá-las a sério, ou mostrar choque genuíno, é engraçado de se ver. Ele respeita Saitama e tem batalhas fixes, já para não dizer um momento muito bom na luta contra o Sea King. Se tivesse de escolher uma melhor personagem, provavelmente seria Genos.
Animação e Artstyle: Aqui, não me posso queixar. O estúdio que produziu One Punch Man foi MadHouse, mais conhecido por ter feito Death Note e Hunter x Hunter 2011, e apesar do webcomic com desenhos de criança já ter tido uma adaptação em mangá com um artstyle mais profissional, o anime está muito bem feito em termos de design e, por muito que não tenha gostado da comédia, os momentos estão muito bem executados. O Saitama quando está sério transmite um verdadeiro sentimento de intimidação.
Música: ONE PUUUUUUUUUUNCH! O opening ‘The Hero’ é uma música muito boa, mas o ending é algo esquisito. Enquanto que gosto da música, não se parece adequar muito à série, em ambos tom e letra. Eu pessoalmente gosto, mas a única razão que consigo pensar para justificar a escolha é que uma música ‘suave’ faz contraste com o opening da série, como se fosse para descansarmos da ação toda. Quanto ao resto da banda sonora, está muito boa. O tema mais memorável é ‘Seigi Shikkou’, uma música que nos dá vontade de correr e ultrapassar qualquer obstáculo. Os fãs de rock vão adorar.
Nota final: Pessoalmente não sou fã nem gostei muito, comparado com as opiniões de outras pessoas. Mas consigo ver porquê. Por isso, se estão à espera de encontrar uma história cheia de reviravoltas, podem tirar o cavalinho da chuva. One Punch Man é uma série para relaxar, mas se quiserem procurar um significado escondido, têm sempre a filosofia por detrás da monotonia.
Esperemos que a segunda temporada seja “‘melhor”.
Escrito por: Bernardo Pacheco