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Rain Town

Num dia chuvoso como o de ontem não apetece fazer nada… ou melhor apetece estar deitado no sofá a ouvir a chuva a cair. E foi isso que fiz e para não estar sozinho decidi pegar numa mão cheia de curtas metragens animadas e vê-las.

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Coincidência ou não, Rain Town foi a primeira animação que vi talvez influenciado pela espreitadela que deitei na janela. A história acontece numa cidade onde nunca para de chover, e onde uma criança no percurso até casa da sua avó encontra um robô. A caminhada contínua, mas durante a viagem o robô começa a recordar o seu passado…

Enquanto os dois personagens parecem sofrer de solidão, também ambos são capazes de encontrar alguém que lhes lembre de que eles não estão sozinhos. Para o robô, fazer esta amizade com a menina irá-lhe trazer de volta uma onda de nostalgia e transportá-lo para um tempo bem antes de as nuvens escureceram Cidade Chuva, um tempo antes do seu companheiro anterior abandoná-lo.

A animação foge aos estereótipos do anime (animação japonesa) que os fãs estão habituados a ver. Aqui não há meninas de saias curtas e plissadas, olhos grandes, magias ou feitiços e muito menos “mechas” altamente modernos. Há sim, uma menina pequena de roupas simples para proteger da chuva, olhos pequenos porque o dia não está contente, e um robô de lata a fazer lembrar o personagem Kanchi em Furi Kuri.

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A coloração dos “backgrounds” em tons azulados dá-nos a ambiência perfeita de um dia de chuva num cenário onde as únicas coisas animadas são a menina de capa amarela e um robô acinzentado, que caminham nas ruas ligeiramente inundadas. A técnica de coloração é bem provável que seja a do uso de pasteis o que torna a animação num “estilo mais europeu” se é que podemos catalogar desta forma e um caminho completamente diferente do seu anterior trabalho. A banda sonora composta apenas por dois temas bem “soft” cai que nem uma luva, nesta curta animada de apenas 10 minutos de duração e que inicialmente era para ter 4 minutos.

O criador desta curta metragem é Ishida Hiroyasu, o estudante de animação que criou um sucesso mundial entra a comunidade otaku com o seu primeiro trabalho intitulado Fumiko no Kokuhaku (As confissões de Fumiko, em português) e que teve mais de 1.3 milhões de visualizações no YouTube e mais de 500,000 vezes no site japonês Nico Nico Douga. O sucesso foi tal que esta animação também venceu o YouTube Video Award, o Tokyo Anime Awards’ Student Award of Excellence, e ainda a menção especial no Festival Internacional de Animação de Ottawa (Canadá).

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Esta animação foi realizada numa altura que Ishida ainda estava a estudar no departamento de Animação da Universidade Kyoto Seika (a famosa faculdade de Manga). Para projecto de final de curso, Ishida com a ajuda do seu colega de turma Yoshida Shougo decidiram avançar com este Rain Town que demorou dois anos a finalizar.

Apesar da sua extensão, Rain Town é uma curta metragem que oferece muito mais do que algumas longas metragens. Sabendo nós que este segundo filme ainda foi feito nos tempos de “escola”, a única coisa que temos que fazer é esperar mais uns tempos para ver o que ele é capaz de fazer… Em suma, é uma excelente e diferente proposta de animação que vale a pena ser vista, mesmo em dias de sol.

Escrito por: Fernando Ferreira

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