Loading...
AnimeArtigos

Ristorante Paradiso

Disseram-me para ir ver alguma coisa de que gostasse, por isso escolhi a série Ristorante Paradiso que foi transmitida na televisão japonesa no ano de 2009 com um total de 11 episódios. E gostei.

Nicoletta é uma jovem de 21 anos que foi abandonada pela mãe em casa dos avós, pois esta queria casar-se com um homem que não queria divorciadas. Por isso, voltou para revelar tudo ao marido da mãe. Este é dono de um restaurante de luxo em que todos os empregados são senhores de meia idade que usam óculos. Fascinada por isto, Nicoletta acaba por desistir da ideia de contar tudo e começa a trabalhar lá. E assim começa a nossa tour pelo restaurante casetta del’orso, o “ristorante paradiso”.

A série é baseada no manga homónimo da autoria de uma das minhas mangaka preferidas, Natsume Ono (House of Five Leaves e Gente, entre outros). É uma história simples, madura, simpática. Não há grandes dramas existenciais, não há grandes reviravoltas. A mim agrada-me este tipo de história, que é leve mas ao mesmo tempo toca-nos profundamente.

A animação é, infelizmente, bastante fraca. Existem alguns “stills” bonitos da cidade de Roma, onde se passa a acção, mas há um abuso constante de CG, quer para abrir portas quer para servir vinho, o que me cansou um bocadinho.

O design dos personagens é perfeito. Toda a gente é “velha” (por assim dizer, todos rondam a casa dos 50 anos…), toda a gente é desgastada, e isso nota-se perfeitamente logo a partir do design. Não são pessoas bonitas, nem a própria Nicoletta é um génio da beleza, mas têm um charme inerente à sua figura.

Esse charme é desenvolvido a pouco e pouco ao longo da série. Cada empregado do restaurante tem uma personalidade demarcada, se bem que às vezes muito fraca. É engraçado notar como o personagem principal da história, Claudio, é o que tem a personalidade mais apagada e submissa. Há um desenvolvimento muito intenso de todos os personagens, com recurso quer a histórias do seu passado como aos acontecimentos presentes. Isto nota-se sobretudo nos personagens principais, mas todos os outros também sofrem algum desenvolvimento. Para mim, os personagens são o ponto principal da série. São sem dúvida inesquecíveis.

A OST mal se dá por ela, mas isto acaba por ser uma coisa boa, pois significa que está bem adaptada ao ambiente que pretende ilustrar. Os temas de abertura e de encerramente ficaram a cargo de duas estrelas femininas do jpop, orange pekoe com “Marigold” e “Suteki na Kajitsu” interpretada por Lisa Komine.

Sinto-me muito agradada por ver séries que estão dirigidas à minha demografia, apesar de serem tão raras. Ristorante Paradiso (ou Rispara, como os “otaku” chamam) dá-nos vontade de fazer a mala e de ir para Roma, à procura do restaurante e dos seus empregados que usam óculos. Pena que, existindo, deve ser um restaurante caríssimo.

Escrito por: Carol Louve

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Connect with Facebook

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.